13 março, 2010

A Mensagem nº 118 de 14 de Março de 2010




EVANCELHO Lc 15, 1-3, 11-32








Naquele tempo, os publicanos e os pecadores aproximavam-se todos de Jesus, para O ouvirem.
Mas os fariseus e os escribas murmuravam entre si, dizendo: «Este homem acolhe os pecadores e come com eles». Jesus disse-lhes então a seguinte parábola: «Um homem tinha dois filhos. O mais novo disse ao pai:
' Pai, dá-me a parte da herança que me toca '. O pai repartiu os bens pelos filhos. Alguns dias depois, o filho mais novo, juntando todos os seus haveres, partiu para um país distante e por lá esbanjou quanto possuía, numa vida dissoluta. Tendo gasto tudo, houve uma grande fome naquela região e ele começou a passar privações. Entrou então ao serviço de um dos habitantes daquela terra, que o mandou para os seus campos guardar porcos. Bem desejava ele matar a fome com as alfarrobas que os porcos comiam, mas ninguém lhas dava. Então, caindo em si, disse: ' Quantos trabalhadores de meu pai têm pão em abundância, e eu aqui a morrer de fome! Vou-me embora, vou ter com meu pai e dizer-lhe: Pai, pequei contra o Céu e contra ti. Já não mereço ser chamado teu filho, mas trata-me como um dos teus trabalhadores ' . Pôs-se a caminho e foi ter com o pai. Ainda ele estava longe, quando o pai o viu: encheu-se de compaixão e correu a lançar-se-lhe ao pescoço, cobrindo-o de beijos. Disse-lhe o filho: ' Pai, pequei contra o Céu e contra ti. Já não mereço ser chamado teu filho '. Mas o pai disse aos servos: ' Trazei depressa a melhor túnica e vesti-lha. Ponde-lhe um anel no dedo e sandálias nos pés. Trazei o vitelo gordo e matai-o. Comamos e festejemos, porque este meu filho estava morto e voltou à vida, estava perdido e foi reencontrado ' . E começou a festa. Ora o filho mais velho estava no campo. Quando regressou, ao aproximar-se da casa, ouviu a música e as danças. Chamou um dos servos e perguntou-lhe o que era aquilo. O servo respondeu-lhe: 'O teu irmão voltou e teu pai mandou matar o vitelo gordo, porque ele chegou são e salvo ' .Ele ficou ressentido e não queria entrar. Então o pai veio cá fora instar com ele. Mas ele respondeu ao pai: ' Há tantos anos que eu te sirvo, sem nunca transgredir uma ordem tua, e nunca me deste um cabrito para fazer uma festa com os meus amigos. E agora, quando chegou esse teu filho, que consumiu os teus bens com mulheres de má vida, mataste-lhe o vitelo gordo '. Disse-lhe o pai:' Filho, tu estás sempre comigo e tudo o que é meu é teu. Mas tínhamos de fazer uma festa e alegrar-nos, porque este teu irmão estava morto e voltou à vida, estava perdido e foi reencontrado '».



ALGUMAS SUGESTÕES PRÁTICAS
PARA O 4º DOMINGO DA QUARESMA
(adaptadas de “Signes d’aujourd’hui”)
A PALAVRA MEDITADA AO LONGO DA SEMANA.
Ao longo dos dias da semana anterior ao 4º Domingo da Quaresma, procurar meditar a Palavra de Deus deste domingo. Meditá-la pessoalmente, uma leitura em cada dia, por exemplo… Escolher um dia da semana para a meditação comunitária da Palavra: num grupo da paróquia, num grupo de padres, num grupo de movimentos eclesiais, numa comunidade religiosa… Aproveitar, sobretudo, a semana para viver em pleno a Palavra de Deus.
UMA LADAINHA PENITENCIAL.
Estamos a caminhar para o fim da Quaresma. Pode ser sugestivo, no momento penitencial, evocar as leituras da Quaresma deste ano C em forma de ladainha. Como exemplo:
- Jesus, atormentado pela tentação… - Jesus, transfigurado sobre a montanha…
- Jesus, testemunha do Deus de paciência… - Jesus, testemunha do Deus de misericórdia…
- Jesus, testemunha do Deus do perdão…
ORAÇÃO NA LECTIO DIVINA.
Na meditação da Palavra de Deus (lectio divina), pode-se prolongar o acolhimento das leituras com a oração.
No final da primeira leitura:
Deus fiel, nós Te damos graças pela terra prometida na qual nos acolheste desde o nosso baptismo; é o teu Povo, o Corpo eclesial de teu Filho, que Tu alimentas com o sopro do teu Espírito Santo. Nesta Quaresma, tempo de partilha, nós Te confiamos as nossas acções em favor do
desenvolvimento e de uma mais justa repartição dos bens da terra. Que o teu Espírito nos guie e nos inspire.
No final da segunda leitura:
Pai misericordioso e paciente, nós Te damos graças pela reconciliação que nos concedeste por Cristo e pela missão de perdão e de reconciliação que nos confias. Nós Te pedimos: pelo teu Espírito Santo, ilumina os nossos pensamentos, muda os nossos corações, inspira-nos as iniciativas de perdão e de paz que se impõem para o bem das nossas famílias e dos que estão ao nosso lado.
No final do Evangelho:
Pai misericordioso, nós Te damos graças pela grande festa dos reencontros de cada domingo. Preparas-nos a mesa para nos acolher, remindo os nossos pecados e enchendo-nos com o teu Espírito. Com o filho perdido e reencontrado nós Te pedimos: Pai, pecámos contra ti, cura os
nossos espíritos e os nossos corações, dá-nos o teu Espírito Santo.
BILHETE DE EVANGELHO.
Tal é a questão dos fariseus e dos escribas. Tal foi a questão do filho mais velho da parábola, ao descobrir a festa organizada para o regresso de seu irmão. Com efeito, Jesus aproximava-Se dos publicanos e dos pecadores, chegando mesmo a fazer-Se convidar por eles, o que O tornava impuro aos olhos daqueles que se julgavam puros. O Pai do pródigo vai atirar-se ao pescoço do filho que julgava perdido e cobre-o de beijos. Porquê? Porque se encheu de compaixão. Assim, este pai também se torna impuro tocando o filho que regressa, depois de uma vida de desordem, de um país estrangeiro onde tinha guardado porcos, tantas situações que o declaravam impuro…
Como os fariseus e os escribas, o filho mais velho recusa entrar em casa, julga-se puro. A um como a outro, o pai continua a dizer “meu filho”. A cada um de lhe responder “meu pai”. Este pai tinha feito a partilha dos seus bens, respeitando a liberdade do filho que decide partir… Este mesmo pai suplica ao filho mais velho para se juntar à festa, respeitando a sua liberdade… Um dia, talvez, alegrar-se-á também com o seu regresso…
(In Página dos Dehonianos)



SÓ OBSERVANDO !
O padre de uma igreja decidiu observar as pessoas que entravam para rezar.
A porta abriu-se e um homem de camisa esfarrapada entrou pelo corredor central.
O homem ajoelhou-se, inclinou a cabeça, rezou um pouco ,levantou-se e foi embora. Nos dias seguintes, sempre ao meio-dia, a mesma cena repetia-se. Cada vez que se ajoelhava por alguns instantes, deixava de lado uma marmita.
A curiosidade do padre crescia e também o receio de que fosse um assaltante, então decidiu aproximar-se e perguntar o que fazia ali. O velho homem disse que trabalhava numa fábrica, num outro bairro da cidade e que se chamava José. Disse que tinha almoçado há meia hora atrás e que reservava o tempo restante para rezar, que ficava apenas alguns momentos porque a fábrica era longe dali.
E disse a oração que fazia: (Vim aqui novamente, Senhor, só pra te dizer quão feliz eu tenho sido desde que nos tornamos amigos e que o Senhor me livrou dos meus pecados. Não sei bem como devo rezar, mas eu penso em ti todos os dias. Assim, Jesus, hoje estou aqui, só observando.' )
O padre, um tanto aturdido, disse que ele seria sempre bem-vindo e que viesse à igreja sempre que desejasse. 'É hora de ir' - disse José sorrindo. Agradeceu e dirigiu-se apressadamente para a porta.
O padre ajoelhou-se diante do altar, de um modo como nunca havia feito antes.
Teve então, um lindo encontro com Jesus. Enquanto as lágrimas corriam por seu rosto, ele repetiu a oração do velho homem...
('Vim aqui novamente, Senhor, só pra te dizer quão feliz eu tenho sido desde que nos tornamos amigos e que o Senhor me livrou dos meus pecados. Não sei bem como devo rezar mas penso em ti todos os dias. Assim, Jesus, hoje estou aqui, só observando.' )
Certo dia, o padre notou que José não tinha aparecido. Percebendo que sua ausência se estendeu pelos dias seguintes, começou a ficar preocupado. Foi à fábrica perguntar por ele e descobriu que estava doente. Durante a semana em que José esteve no hospital, a rotina da enfermaria mudou. Sua alegria era contagiante. A chefe das enfermeiras, contudo, não pôde entender porque um homem tão simpático como José não recebia flores, telefonemas, cartões de amigos, parentes... Nada!
Ao encontrá-lo, o padre colocou-se ao lado de sua cama. Foi quando José ouviu o comentário da enfermeira:
- Nenhum amigo veio pra mostrar que se importa com ele. Ele não deve ter ninguém com quem contar!!
Parecendo surpreso, o velho virou-se para o padre e disse com um largo sorriso:
- A enfermeira está enganada, ela não sabe, mas desde que estou aqui, sempre ao meio-dia ELE VEM! Um querido amigo meu, que se senta bem junto a mim, Ele segura minha mão, inclina-se em minha direção e diz:
'Eu vim só pra te dizer quão feliz eu sou desde que nos tornamos amigos. Gosto de ouvir tua oração e penso em ti todos os dias. Agora sou eu quem te estou observando... E cuidando!'.

Jesus disse: 'Se vós tendes vergonha de mim, também me envergonharei de vós diante do meu Pai.'
Jesus é sempre o melhor amigo. SORRIA, VOCÊ ESTÁ SENDO OBSERVADO (a)!

Com Interesse


O que muda na liturgia com o Tempo da Quaresma?

a) na Quaresma não se colocam flores no altar;
b) os instrumentos musicais são reduzidos ao mínimo durante as Celebrações, com o intuito de apenas acompanhar o canto. De preferência toca-se apenas um instrumento e de forma bem sóbria;
c) não se canta o Aleluia, antes do Evangelho, e nem o Glória, como sinal de sobriedade e de recolhimento para que a alegria cristã atinja o seu ponto máximo no Sábado Santo (Sábado de Aleluia), com a Celebração da Vigília Pascal, quando se comemora a Ressurreição de Jesus.
Muitos pensam que a Páscoa só acontece no Domingo de Páscoa. Não é verdade. A Igreja já começa a celebrá-la no Sábado Santo, que se situa entre a Sexta-Feira Santa e o Domingo de Páscoa.
Ninguém sabe exatamente o horário em que Cristo Ressuscitou. Por este motivo, a Igreja autoriza a celebração da Missa da Vigília Pascal já no início do anoitecer do Sábado Santo, pois para os judeus o dia seguinte se inicia com o surgimento da primeira estrela da noite. Assim, o anoitecer do sábado já corresponde ao Domingo de Páscoa.
Assim, logo após a Celebração da Vigília Pascal, já podemos desejar Feliz Páscoa para nossos amigos, pois já vivemos a alegria da Ressurreição.
d) os paramentos dos Sacerdotes, as toalhas do altar, a cortina do sacrário, panos de enfeites do ambão ("púlpito" onde se faz as leituras) devem ter a tonalidade roxa (cor litúrgica da Quaresma);
e) os sinos das torres das igrejas silenciam-se. Também não se toca a campainha no momento da Consagração da Eucaristia (Transubstanciação). Este silêncio dos sinos só é interrompido na Missa da Quinta-Feira Santa (Celebração da Ceia do Senhor), no momento em que o canto do Glória é entoado, para em seguida, silenciar-se novamente até a Vigília Pascal no Sábado Santo, quando, então, os sinos voltarão a ser repicados e os cantos do Glória e do Aleluia voltarão a ser cantados nas Santas Missas.
f) na última semana da Quaresma as imagens dos santos são cobertos com panos, para que o centro das atenções esteja voltado somente para o altar principal, onde se encontra vivo Nosso Senhor Jesus Cristo, que morreu para a nossa Salvação.

07 março, 2010

A Mensagem nº 117 de 07 de Março de 2010


EVANGELHO – Lc 13,1-9





Naquele tempo, vieram contar a Jesus que Pilatos mandara derramar o sangue de certos galileus, juntamente com o das vítimas que imolavam. Jesus respondeu-lhes: «Julgais que, por terem sofrido tal castigo, esses galileus eram mais pecadores do que todos os outros galileus? Eu digo-vos que não. E se não vos arrependerdes, morrereis todos do mesmo modo. E aqueles dezoito homens, que a torre de Siloé, ao cair, atingiu e matou? Julgais que eram mais culpados do que todos os outros habitantes de Jerusalém?
Eu digo-vos que não. E se não vos arrependerdes, morrereis todos de modo semelhante. Jesus disse então a seguinte parábola:
«Certo homem tinha uma figueira plantada na sua vinha. Foi procurar os frutos que nela houvesse, mas não os encontrou. Disse então ao vinhateiro: ‘Há três anos que venho procurar frutos nesta figueira e não os encontro.
Deves cortá-la. Porque há-de estar ela a ocupar inutilmente a terra?’ Mas o vinhateiro respondeu-lhe:
‘Senhor, deixa-a ficar ainda este ano, que eu, entretanto, vou cavar-lhe em volta e deitar-lhe adubo. Talvez venha a dar frutos.
Se não der, mandá-la-ás cortar no próximo ano».

A Palavra








Na quaresma somos, constantemente, convidados ao arrependimento. Mas neste domingo somos, especialmente, desafiados, diria mais, confrontados com a urgência da conversão:
“E se não vos arrependerdes, morrereis todos de modo semelhante”
“Julgais quem, por terem sofrido tal castigo, esses galileus eram mais pecadores do que todos os outros galileus? Eu digo-vos que não.”
Hoje Jesus diria:
- Julgais que as vítimas das enxurradas na Madeira eram mais pecadores que os outros que ficaram vivos? Eu digo-vos que não.
A resposta de Jesus, tenta atingir dois objectivos:
1. Combater a ideia tradicional de que a desgraça e o castigo são sempre consequência do pecado e do mal feito.
2. O fundamental e indispensável na vida de cada um é a conversão, mudança pessoal. E todos, sem excepção, necessitam de arrependimento, mesmo aqueles que se consideram justos.
O que significa para mim converter-me?

ORAÇÃO
Vejo, Senhor, que para Ti conta mais o interior que o exterior.
Talvez eu precise de que algo sério aconteça dentro de mim para romper com a anestesia em que vivo.
Sou bom de mais para perceber que, precisamente por isso, estou longe de Ti.
Não me inquietas, não me perturbas, não me interpelas, Senhor.
Vivemos lado a lado e nunca nos encontramos. Não comunicamos, não nos conhecemos … porque Tu tens pouca importância ao longo do meu dia. E chego à noite sem remorsos. Será que estou estou mesmo anestesiado e não me dou conta que preciso realmente de conversão, de fazer penitência?
Abana-me, Senhor, mesmo que faças doer.

Padre Amaro Jorge SCJ



A CRUZ E A PONTE



Certa vez um homem foi visitado por um certo anjo do senhor.
Este anjo disse-lhe: eu vim trazer a tua cruz para que possas carregá-la na tua jornada.
Ele pegou a cruz e seguiu. Quando ele já estava bem adiante na sua jornada, encontrou um homem que lhe disse o seguinte: "- como vais, tudo bem? O que estás a fazer com esta cruz ? Estás maluco? Ela deve ser muito pesada. E o outro respondeu: "- não estou maluco não, cada um deve carregar a sua cruz. Mas esta realmente é pesada." "- então por que não cortas um pedaço do pé da cruz? Vai ficar mais leve." "- eu não posso fazer isso, esta é a minha cruz, eu tenho que carregá-la." "- que tolice, isso é uma grande tolice. Corta só um pedacinho, ninguém vai saber. Assim vai ficar mais leve para carregares." E o homem convenceu-o a cortar um pedaço. "- viste, não ficou mais leve?"
"- é, tinhas razão, só um pouco não vai fazer mal." E ele continuou seguindo sua jornada. Um bocado mais á frente na sua longa caminhada eis que ele encontra novamente aquele homem.
"- como vais? Continuas carregando isso aí? Achei que tivesses desistido."
"- sim, eu continuo carregando a minha cruz."
"- mas ela deve estar muito pesada. Por que não cortas mais um pouco? Vai ficar mais leve."
"- é, pode ser, não doeu nada da outra vez."
"- vamos cortar. Só que vamos cortar um pouco mais do que há pouco para ela ficar bem mais leve certo?"
Ele concordou em cortar e depois seguiu sua jornada.
Muito tempo depois ele avista a cidade maravilhosa, cheia de ouro, pedras preciosas, prata. Era a visão mais maravilhosa que ele já teve em toda a sua vida. Era tão iluminada que não precisava do sol. Brilhava tanto... Quando sem esperar ele se depara com um abismo e ele não entendeu o porquê do abismo. E tamanho era o desespero que ele começa a gritar e gritar e gritar:
"- socorro, me ajudem, quero atravessar, socorro alguém por favor me ajude, quero entrar na cidade!!!"
Cansado de tanto gritar, ele vê do outro lado do abismo o anjo, aquele que lhe entregou a cruz. E o anjo pergunta-lhe: "- o que estás a fazer aí do outro lado? Por que ainda não atravessas-te?"
"- como? Não vês o abismo que nos separa?"
"- sim vejo", respondeu o anjo.
"- então, como é que eu vou atravessar?"
"- onde está a ponte que eu te entreguei?"
"- que ponte? Tu me entregas-te uma cruz e ela está aqui comigo."
E o anjo disse: " - então coloca-a no meio do abismo, porque o tamanho dela é exato para que possas atravessar."

Se tua cruz está pesada demais, talvez estejas carregando ela sozinho...mas o tamanho dela é exactamente o necessário

Com Interesse


Quaresma


Quando se começou a celebrar a Quaresma?As origens da Quaresma são antigas e estão ligadas a outros acontecimentos, como a preparação dos catecúmenos ao Batismo e a prática das penitências, como a preparação para os catecúmenos ao Batismo e a prática das penitências, muito em voga nos primeiros séculos. Já no século IV se fala de quarentena penitencial. Antes disso, nos séculos II e III, costumava-se fazer alguns dias de jejum em preparação à Páscoa.

Ainda é costume jejuar durante este tempo?
Sim, ainda é costume jejuar na Quaresma, ainda que ele seja válido em qualquer época do ano. A igreja propõe o jejum principalmente como forma de sacrifício, mas também como uma maneira de educar-se, de ir percebendo que, o que o ser humano mais necessita é de Deus. Desta forma se justifica as demais abstinências, elas têm a mesma função.
Oficialmente, o jejum deve ser feito pelos cristãos batizados, na quarta-feira de cinzas e na sexta-feira santa. Pela lei da igreja, o jejum é obrigatório nesses dois dias para pessoas entre 18 e 60 anos. Porém, podem ser substituídos por outros dias na medida da necessidade individual de cada fiel, e também praticados por crianças e idosos de acordo com suas disponibilidades.
O jejum, assim como todas as penitências, é visto pela igreja como uma forma de educação no sentido de se privar de algo e reverte-lo em serviços de amor, em práticas de caridade. Os sacrifícios, que podem ser escolhidos livremente, por exemplo: um jovem deixa de mascar chicletes por um mês, e o valor que gastaria nos doces é usado para o bem de alguém necessitado.
Por que não se canta Aleluia e o Glória no tempo da Quaresma?

Aleluia significa “Louvai Javé”, e é aclamação marcada pela alegria e pela festa. O clima da Quaresma não combina com isso. O aleluia será uma explosão de alegria na Vigília Pascal. Também o Glória é omitido na Quaresma, pelos mesmos motivos.
O que é a Via-sacra e quando surgiu?

Na Quaresma e Sexta-feira Santa costuma-se fazer a via-sacra. A palavra significa “caminho sagrado” (o caminho de Jesus até a morte de cruz). É um ato de piedade – muitas vezes em forma de caminhada – no qual se reza e se medita sobre 14 episódios (estações) da Sexta-feira Santa, desde a condenação à morte até o sepultamento de Jesus. Há vários formulários de Via-sacra, e ultimamente – com muita razão – acrescentou-se a 15ª estação – a ressurreição de Jesus, pois a morte não o venceu ou derrotou. Várias estações desse ‘caminho sagrado’ não são tiradas dos evangelhos (por exemplo, as três quedas de Jesus, a Verônica enxugando o rosto do Senhor etc.).