26 outubro, 2009

A Mensagem nº 98 de 25 de Outubro de 2009







Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Marcos



Mc 10, 46-52



Naquele tempo, quando Jesus ia a sair de Jericó com os discípulos e uma grande multidão, estava um cego, chamado Bartimeu, filho de Timeu, a pedir esmola à beira do caminho. Ao ouvir dizer que era Jesus de Nazaré que passava, começou a gritar: «Jesus, Filho de David, tem piedade de mim». Muitos repreendiam-no para que se calasse. Mas ele gritava cada vez mais:«Filho de David, tem piedade de mim». Jesus parou e disse: «Chamai-o». Chamaram então o cego e disseram-lhe: «Coragem! Levanta-te, que Ele está a chamar-te». O cego atirou fora a capa, deu um salto e foi ter com Jesus. Jesus perguntou-lhe: «Que queres que Eu te faça?»O cego respondeu-lhe: «Mestre, que eu veja». Jesus disse-lhe: «Vai: a tua fé te salvou».Logo ele recuperou a vista e seguiu Jesus pelo caminho

Reflectindo

1.ª Leitura (Jer 31, 7-9): “ O Senhor salvou o seu povo, o resto de Israel”Jeremias não foi só “profeta de desgraças” e destruição. O trecho desta leitura faz parte duma recolha de oráculos de restauração, compostos em várias épocas. Aqui se dá voz à alegria perante o regresso à pátria dos israelitas exilados. A leitura começa com um invitatório dirigido a toda a assembleia dos crentes para que regozijem pela salvação do “resto” de Israel, o povo predilecto do Senhor (“a primeira das nações”). A salvação é descrita como regresso e reunião: a omnipotência divina não conhece limites de espaço nem dificuldade de percursos. E aqui trata-se da omnipotência do amor cheio de compaixão e ternura de um Deus que é Pai.Evangelho (Mc 10, 46-52): “Coragem! Levanta-te, que Ele está a chamar-te”O caminho do cego de Jericó para a verdadeira luz apresenta-se como um itinerário exemplar para quem, da tristeza duma existência opaca e sem futuro, quer alcançar a meta da vida autêntica. “Quando Jesus ia a sair de Jericó...”: Jesus, apresta-se a percorrer os últimos trinta quilómetros da sua peregrinação a Jerusalém onde celebrará a sua última Páscoa. Com ele caminham os discípulos por entre uma multi-dão de adeptos e peregrinos. Na berma da es-trada, um cego mendigava. Marcos registou o seu nome: Bartimeu. Era cego mas ouvia bem. E pelo rumor da gente que passava depreendeu que entre os peregrinos seguia o famoso Rabi de Nazaré, do qual ouvira, certamente, relatar maravilhas. O seu grito de apelo é ao mesmo tempo um acto de fé e de esperança. “Jesus, filho de David...”: É a primeira vez que S. Marcos regista este título, que evocava expectativas messiânicas nacionalistas. Logo após este episódio será relatada a entrada messiânica de Jesus na cidade santa, por entre aclamações semelhantes (Mc 11, 1-11). “Muitos repreendiam-no para que se calasse”: igual tentativa de silenciar os "importunos" aparece noutros episódios (a cananeia, em Mt 10, 13; as crianças, em Mc 10, 13). Mas o cego não desiste, aparecendo assim como exemplo da persistência na oração, tão recomendada pelo Mestre. O curioso é que Jesus, que tantas vezes deu ordem de silêncio às aclamações dos circunstantes, desta vez intervém para atender o suplicante. “Chamai-o”; “Coragem, está a chamar-te”. Aconteceu algo de especial que fez mudar até a atitude do povo. O cego salta, abandona a capa com eventuais esmolas e corre ao encontro do Mestre que o chama. Agora já não precisa de gritar para expor o seu desejo: “Rabbúni [expressão mais viva e afectuosa do que o habitual Rabbi ], que eu veja!”. “Vai, a tua fé te salvou”: mais importante ainda que a visão corporal é o dom da fé. A vida para Bartimeu nunca mais foi a mesma: pôs-se a seguir Jesus pelo caminho de Jerusalém e do sacrifício, tornando-se paradigma do autêntico discípulo.2.ª Leitura (Hebr 5, 1-6): “Todo o sumo sacerdote (…) é constituído em favor dos homens”O Autor de Heb está a apresentar Jesus como nosso Salvador, na medida em que se tornou participante e solidário da natureza humana. Por isso pode ser nosso Mediador e nosso Sumo Sacerdote. No trecho de hoje temos uma clara definição do sacerdócio de Jesus.Em Cristo Jesus temos um Mediador supremo e universal: santíssimo, que não precisa de oferecer expiações por si, dotado de imensa piedade e solidariedade para com os seus irmãos, que lavou o pecado de todos com o seu sangue, que penetra os céus até ao trono do Eterno onde está, sempre vivo, de pé, em acto de mediação sacerdotal sumamente eficaz em nosso favor.
(Secretariado Nacional da Liturgia)

Para meditar


O CAVALO E O PORCO
Um fazendeiro coleccionava cavalos e só lhe faltava uma determinada raça.
Um dia ele descobriu que o seu vizinho tinha esse tal cavalo. Assim, ele chateou seu vizinho até conseguir comprá-lo. Um mês depois o cavalo adoeceu, e ele chamou o veterinário: Bem, seu cavalo está com virose, é preciso tomar este medicamento durante 3 dias, no terceiro dia eu voltarei e caso ele não esteja melhor, será necessário abatê-lo. Neste momento, o porco escutava toda a conversa. No dia seguinte deram o medicamento e foram embora. O porco aproximou-se do cavalo e disse: Força amigo! Levanta-te daí, senão vais ser abatido!!! No segundo dia, deram o medicamento e foram embora. O porco aproximou-se do cavalo e disse: - Vamos lá amigo, levanta-te senão vais morrer! Vamos lá, eu ajudo-te a levantar...Upa! Um, dois, três. No terceiro dia deram o medicamento e o veterinário disse: Infelizmente, vamos ter que abatê-lo amanhã, pois a virose pode contaminar os outros cavalos. Quando foram embora, o porco aproximou-se do cavalo e disse: Amigo é agora ou nunca, levanta-te agora! Coragem! Upa! Upa! Isso, devagar! Óptimo, vamos, um, dois, três, que bom, agora mais depressa vai...Fantástico!!! Corre, corre, mais! Upa! Upa! Upa!!!! conseguiste, és um campeão!!! Então de repente o dono chegou, viu o cavalo a correr no campo e gritou: Milagre!!! O cavalo melhorou. Isto merece uma festa...”Vamos matar o porco para fazer um churrasco de comemoração!!!”
Isso acontece com frequência no ambiente de trabalho. Ninguém percebe, quem é o funcionário que tem o mérito pelo sucesso. “Saber viver sem ser reconhecido é uma arte”. Se algum dia alguém lhe disser que seu trabalho não é o de um profissional, lembre-se: “Armadores construíram a Arca de Noé e profissionais, o Titanic” Procuremos ser uma pessoa de valor, em vez de ser só uma pessoa de sucesso!!!... (Pe. Claudinei Souza da Silva)(Especialista em Comunicação Social, Escritor e Historiador)

Com Interesse



Santo Antônio de Sant'Ana Galvão, OFM, mais conhecido como Frei Galvão (Guaratinguetá, 1739 — São Paulo, 23 de dezembro de 1822) foi um frade católico e primeiro santo nascido no Brasil. Foi canonizado pelo papa Bento XVI durante sua visita ao Brasil (São Paulo) em 11 de maio de 2007.
BiografiaO pai, Antônio Galvão de França, nascido em Portugal, era o capitão-mor da vila. Sua mãe, Isabel Leite de Barros, era filha de fazendeiros, bisneta do famoso bandeirante Fernão Dias Pais, o "caçador de esmeraldas". Antônio viveu com seus irmãos numa casa grande e rica, pois seus pais gozavam de prestígio social e influência política. O pai, querendo dar uma formação humana e cultural segundo suas possibilidades econômicas, mandou o filho com a idade de treze anos para o Colégio de Belém, dos padres jesuítas, na Bahia, onde já se encontrava seu irmão José. Lá fez grandes progressos nos estudos e na prática cristã, de 1752 a 1756. Queria tornar-se jesuíta, mas por causa da perseguição movida contra a Ordem pelo Marquês de Pombal, seu pai o aconselhou a entrar para os franciscanos, que tinham um convento em Taubaté, não muito longe de Guaratinguetá. Assim, renunciou a um futuro promissor e influente na sociedade de então, e aos 16 anos, entrou para o noviciado na Vila de Macacu, no Rio de Janeiro. Estátua do frade em sua cidade natal, GuaratinguetáA 16 de abril de 1761 fez seus votos solenes. Um ano após foi admitido à ordenação sacerdotal, pois julgaram seus estudos suficientes. Foi então mandado para o Convento de São Francisco em São Paulo a fim de aperfeiçoar os seus estudos de filosofia e teologia, e exercitar-se no apostolado. Data dessa época a sua "entrega a Maria", como seu "filho e escravo perpétuo", consagração mariana assinada com seu próprio sangue a 9 de março de 1766. Terminados os estudos foi nomeado Pregador, Confessor dos Leigos e Porteiro do Convento, cargo este considerado de muita importância, pela comunicação com as pessoas e o grande apostolado resultante. Em 1769-70 foi designado confessor de um Recolhimento de piedosas mulheres, as "Recolhidas de Santa Teresa", em São Paulo. Fundação de Novo RecolhimentoNeste Recolhimento encontrou Irmã Helena Maria do Espírito Santo, religiosa que afirmava ter visões pelas quais Jesus lhe pedia para fundar um novo Recolhimento. Frei Galvão, ouvindo também o parecer de outras pessoas, considerou válidas essas visões. No dia 2 de fevereiro de 1774 foi oficialmente fundado o novo Recolhimento e Frei Galvão era o seu fundador. Em 23 de fevereiro de 1775, um ano após a fundação, Madre Helena morreu repentinamente. Frei Galvão tornou-se o único sustentáculo das Recolhidas. Enquanto isso, o novo capitão-general da capitania de São Paulo retirou a permissão e ordenou o fechamento do Recolhimento. Fazia isso para opor-se ao seu predecessor, que havia promovido a fundação. Frei Galvão foi obrigado a aceitar e também as recolhidas obedeceram, mas não deixaram a casa e resistiram. Depois de um mês, graças a pressão do povo e do Bispo, o recolhimento foi aberto. Devido ao grande número de vocações, viu-se obrigado a aumentar o recolhimento. Durante catorze anos cuidou dessa nova construção (1774-1788) e outros catorze para a construção da igreja (1788-1802), inaugurada aos 15 de agosto de 1802. Frei Galvão foi arquiteto, mestre de obras e até mesmo pedreiro. A obra, hoje o Mosteiro da Luz, foi declarada "Patrimônio Cultural da Humanidade" pela UNESCO. Frei Galvão, além da construção e dos encargos especiais dentro e fora da Ordem Franciscana, deu toda a atenção e o melhor de suas forças à formação das Recolhidas. Era para elas verdadeiro pai e mestre. Para elas escreveu um estatuto, excelente guia de disciplina religiosa. Esse é o principal escrito de Frei Galvão, e que melhor manifesta a sua personalidade. Em várias ocasiões as exigências da sua Ordem Religiosa pediam que se mudasse para outro lugar para realizar outras funções, mas tanto o povo e as Recolhidas, como o bispo, e mesmo a Câmara Municipal de São Paulo intervieram para que ele não saísse da cidade. Diz uma carta do "Senado da Câmara de São Paulo" ao Provincial (superior) de Frei Galvão: "Este homem tão necessário às religiosas da Luz, é preciosíssimo a toda esta Cidade e Vilas da Capitania de São Paulo, é homem religiosíssimo e de prudente conselho; todos acorrem a pedir-lho; é homem da paz e da caridade". Frei Galvão viajava constantemente pela capitania de São Paulo, pregando e atendendo as pessoas. Fazia todos esses trajetos sempre a pé, não usava cavalos nem a liteira levada por escravos. Vilas distantes sessenta quilômetros ou mais, municípios do litoral, ou mesmo viajando para o Rio de Janeiro, enfim, não havia obstáculos para o seu zelo apostólico. Por onde passava as multidões acorriam. Ele era alto e forte, de trato muito amável, recebendo a todos com grande caridade.
O dia 25 de outubro, dia oficial do santo, foi estabelecido, na liturgia, pelo saudoso Papa João Paulo II, na ocasião da beatificação de Frei Galvão. Com a canonização, em maio deste ano, o Papa Bento XVI manteve a data