24 janeiro, 2009

A Mensagem nº 58 de 25-01-2009


EVANGELHO Mc 1. 14-20

Depois de João ter sido preso, Jesus partiu para a Galileia e começou a proclamar o Evangelho de Deus, dizendo:
«Cumpriu-se o tempo e está próximo o reino de Deus. Arrependei-vos e acreditai no Evangelho». Caminhando junto ao mar da Galileia, viu Simão e seu irmão André, que lançavam as redes ao mar, porque eram pescadores. Disse-lhes Jesus:
«Vinde comigo e farei de vós pescadores de homens». Eles deixaram logo as redes e seguiram-n’O. Um pouco mais adiante, viu Tiago, filho de Zebedeu, e seu irmão João, que estavam no barco a consertar as redes; e chamou-os.
Eles deixaram logo seu pai Zebedeu no barco com os assalariados e seguiram Jesus.

Reflectindo

Quando contemplamos a realidade que nos rodeia, notamos a existência de sombras que desfeiam o mundo e criam, tantas vezes, angústia, desilusão, desespero e sofrimento na vida dos homens. Esse quadro não é, no entanto, uma realidade irremediável a que estamos para sempre condenados. Nos projectos de Deus, está um mundo diferente – um mundo de harmonia, de justiça, de reconciliação, de amor e de paz. A esse mundo novo, Jesus chamava o “Reino de Deus”. É esse projecto que Jesus nos apresenta e ao qual nos convida a aderir. Somos chamados a construir, com Jesus, um mundo onde Deus esteja presente e que se edifique de acordo com os projectos e os critérios de Deus. Estamos disponíveis para entrar nessa aventura? • Para que o “Reino de Deus” se torne uma realidade, o que é necessário fazer? Na perspectiva de Jesus, o “Reino de Deus” exige, antes de mais, a “conversão”. Temos de modificar a nossa mentalidade, os nossos valores, as nossas atitudes, a nossa forma de encarar Deus, o mundo e os outros para que se torne possível o nascimento de uma realidade diferente. Temos de alterar as nossas atitudes de egoísmo, de orgulho, de auto-suficiência, de comodismo e de voltar a escutar Deus e as suas propostas, para que aconteça, na nossa vida e à nossa volta, uma transformação radical – uma transformação no sentido do amor, da justiça e da paz. O que é que temos de “converter” – quer em termos pessoais, quer em termos institucionais – para que se manifeste, realmente, esse Reino de Deus tão esperado?• De acordo com a Palavra de Deus que nos é proposta, o “Reino de Deus” exige também o “acreditar” no Evangelho. “Acreditar” não é, na linguagem neo-testamentária, a aceitação de certas afirmações teóricas ou a concordância com um conjunto de definições a propósito de Deus, de Jesus ou da Igreja; mas é, sobretudo, uma adesão total à pessoa de Jesus e ao seu projecto de vida. Com a sua pessoa, com as suas palavras, com os seus gestos e atitudes, Jesus propôs aos homens – a todos os homens – uma vida de amor total, de doação incondicional, de serviço simples e humilde, de perdão sem limites. O “discípulo” é alguém que está disposto a escutar o chamamento de Jesus, a acolher esse chamamento no coração e a seguir Jesus no caminho do amor e do dom da vida. Estou disposto acolher o chamamento de Jesus e a percorrer o caminho do “discípulo”? • O chamamento a integrar a comunidade do “Reino” não é algo reservado a um grupo especial de pessoas, com uma missão especial no mundo e na Igreja; mas é algo que Deus dirige a cada homem e a cada mulher, sem excepção. Todos os baptizados são chamados a ser discípulos de Jesus, a “converter-se”, a “acreditar no Evangelho”, a seguir Jesus nesse caminho de amor e de dom da vida. Esse chamamento é radical e incondicional: exige que o “Reino” se torne o valor fundamental, a prioridade, o principal objectivo do discípulo.• O “Reino” é uma realidade que Jesus começou e que já está decisivamente implantada na nossa história. Não tem fronteiras materiais e definidas; mas está a acontecer e a concretizar-se através dos gestos de bondade, de serviço, de doação, de amor gratuito que acontecem à nossa volta (muitas vezes, até fora das fronteiras institucionais da “Igreja”) e que são um sinal visível do amor de Deus nas nossas vidas. Não é uma realidade que construímos de uma vez, mas é uma realidade sempre em construção, sempre a fazer-se, até à sua realização final, no fim dos tempos, quando o egoísmo e o pecado desaparecerem para sempre. Em cada dia que passa, temos de renovar o compromisso com o “Reino” e empenharmo-nos na sua edificação.

(Página dos Dehonianos)

Para Meditar




A necessidade de um email
Um homem que estava desempregado, entra num concurso da Microsoft para ser técnico de limpeza.
O Gerente de Recursos Humanos entrevista-o, faz um teste (varrer o chão) e diz-lhe:"O serviço é seu"; dê-me o seu e-mail e eu lhe enviarei a ficha para preencher, a data e hora a que deverá se apresentar para o serviço.
O homem, desesperado, responde que não tem computador, e muito menos, e-mail.
O Gerente de Recursos Humanos disse que lamenta, mas se não tiver e-mail, quer dizer que virtualmente não existe, e, como não existe, não pode ter o trabalho.
O homem sai, desesperado, sem saber o que fazer; somente tem 10$ no bolso.
Então decide ir ao supermercado e comprar uma caixa de 10 quilos de tomates.
Bate de porta em porta vendendo os tomates ao Kilo, e, em menos de duas horas, tinha conseguido duplicar o capital. Repete a operação mais três vezes e volta a casa com 60$
Então, ele verifica que pode sobreviver dessa maneira, sai de casa cada dia mais cedo e volta a casa mais tarde, e assim triplica ou quadruplica o dinheiro a cada dia.
Pouco tempo depois, compra uma carrinha comercial, depois troca por um camião e pouco tempo depois chega a ter uma pequena frota de veículos para distribuição.
Passados 5 anos, o homem é dono de uma das maiores distribuidoras de alimentos dos Estados Unidos.
Pensando no futuro da sua família, decide fazer um seguro de vida.
Chama um corretor, acerta um plano e quando a conversa acaba, o corretor pede-lhe o e-mail para enviar a proposta. O homem disse que não tem e-mail.
Curioso, o corretor lhe disse: Você não tem e-mail e chegou a construir este império, imagine o que você seria se tivesse e-mail!!.
O homem pensa e responde:



- Seria um homem de limpeza da Microsoft!!



* Moral da historia 1: A Internet não soluciona sua vida
* Moral da Historia 2: Se você quer ser técnico de limpeza da Microsoft, procure ter um e-mail.
* Moral da historia 3: Se você não tem e-mail e trabalha muito, pode ser milionário.

Com Interesse


OS DEZ MANDAMENTOS DO LEITOR NA LITURGIA

1- Conhecer a palavra com antecedência_ O leitor deve ler e conhecer o texto a ser proclamado bem antes de realizar o que supõe que a equipe de liturgia faça a preparação e a escolha de cada leitor com antecedência da liturgia


2- Refletir e meditar a palavra= Ao conhecer a palavra a ser proclamada, esta deve se tornar " alimento" a ser saboreado com calma e profunda espiritualidade pelo leitor-palavra que penetra em seu coração e traz a novidade de Deus – alimento da fé que inspira o leitor a compartilhar desta experiência com todo o povo reunido na liturgia.


3- Escutar a palavra- fazer-se " "ouvinte "atento", da palavra que deve ser acolhida pela mente e pelo coração""""". – sentir que Deus "fala" e que esta palavra faz diferença para toda a vida daquele que a ouve com atenção. Palavra que não é humana, mas divina e que deve chegar ao mais profundo do ser para ser semente de boa nova


4- Palavra anúncio- que deve ser acolhida e aprofundada na assembléia = tempo de reflexão pessoal de cada um que está presente à liturgia – palavra proclamada com clareza, calma e entusiasmo de quem anuncia uma mensagem de salvação para todos:


5- Palavra solene= anuncio que supõe seriedade e solenidade, que exige uma proclamação- não ser confundida com palavra emocional, teatral ou leitura de um texto- leitor deve sentir o momento que está realizando e a dimensão que este acontecimento exige em benefício de todos


6- Respeito e veneração da palavra= gestos visíveis de vênia e de respeito para com a palavra que devem ser vistos por todos e que possam ter significado de profunda consideração por algo sagrado que se celebra


7- Resposta a uma vocação= ministério que não pode ser confundido com " oportunidade" para alguém fazer uma leitura – mas que compreende condições mínimas e adequadas para ser exercida. Chamado de Deus a ser seu arauto é chamado à missão de serviço e de disponibilidade, de testemunho, fé e vivência dessa mesma palavra na vida do leitor:


8- Ter caráter de serviço= Não ser confundido com "status", cargo ou função, mas abranger a dimensão de ministério litúrgico e de instrumento a serviço do Senhor, do povo de Deus e da igreja


9- Ter testemunho de vida= levar o leitor a um testemunho pessoal de vida cristã, em todas as circunstâncias de sua via, realizando em si mesmo aquilo que anuncia por meio de palavras, coerência e esforço pessoal de interação entre fé e vida


10- Instrumento de comunhão= Ser parte de um todo, onde cada membro que serve ao Senhor seja instrumento de comunhão na liturgia, na comunidade, nos diversos ministérios e carismas e no meio do povo. Membro do corpo místico de Cristo que realiza o amor - comunhão e misericórdia e que se torna eixo de ligação entre todos

18 janeiro, 2009

A Mensagem nº 57 de 18-01-2009


EVANGELHO Jo 1, 35-42


Naquele tempo estava João Baptista com dois dos seus discípulos e,
vendo Jesus que passava, disse:
«Eis o Cordeiro de Deus».
Os dois discípulos ouviram-no dizer aquelas palavras e seguiram Jesus.
Entretanto, Jesus voltou-se;
e, ao ver que O seguiam, disse-lhes:
«Que procurais?»
Eles responderam:
«Rabi — que quer dizer ‘Mestre’ — onde moras?» Disse-lhes Jesus: «Vinde ver».
Eles foram ver onde morava e ficaram com I nesse dia.
Era por volta das quatro horas da tarde. André, irmão de Simão Pedro,
foi um dos que ouviram João e seguiram Jesus. Foi procurar primeiro seu irmão Simão e disse-lhe:
«Encontrámos o Messias» — que quer dizer ‘Cristo’ —; e levou-o a Jesus.
Fitando os olhos nele, Jesus disse-lhe:
«Tu és Simão, filho de João.
Chamar-te-ás Cefas» — que quer dizer ‘Pedro’.

A Palavra

Após as festas natalinas, iniciamos os domingos do Tempo Comum, com a apresentação do início da vida pública de Jesus e os primeiros encontros com os discípulos.
A Liturgia de hoje nos propõe uma reflexão sobre a disponibilidade ao CHAMAMENTO de Deus.
Na 1ª Leitura, temos o chamamento de SAMUEL.
A Vocação é sempre uma iniciativa misteriosa e gratuita de Deus.O Profeta torna-se profeta porque um dia escutou Deus a chamá-lo pelo NOME e a confiar-lhe uma missão.
A Voz de Deus faz-se ouvir no silêncio da noite.Longe das preocupações do dia a dia, o coração e a mente estão mais livres e disponíveis para escutar os apelos e os desafios de Deus.
Samuel não reconhece logo e sozinho a voz de Deus. Só consegue após quatro vezes e com a ajuda do sacerdote Eli. Deus não desiste diante de nossa surdez...
Samuel responde:"Fala, Senhor, o teu servo escuta". É a expressão de uma total disponibilidade, abertura e entrega face aos desafios e aos apelos de Deus.A Vocação de Samuel ilustra a vocação de todos nós.
Na 2ª Leitura, Paulo convida os cristãos a viverem de forma coerente com o chamamento que Deus lhes fez. Quem vive em comunhão com Cristo deve manifestar sempre a vida nova de Deus.
No Evangelho, temos o chamamento dos PRIMEIROS DISCÍPULOS.
O chamamento nasce do testemunho de João Batista, a partir do qual formou-se uma corrente. Ninguém chega a Jesus sozinho...
- João Batista reconhece o Cristo que "passa" e aponta a dois discípulos, André e Filipe: "Eis o Cordeiro de Deus…"
Os Dois Discípulos seguem Cristo de longe, timidamente. Cristo vai ao encontro deles e começa o Diálogo:
"Que procurais"? - "Mestre, onde moras"? è "Vinde e vede"… Foram e ficaram com ele …
No dia seguinte: André leva o irmão Pedro até Cristo: Felipe chama Natanael: "Encontramos o Cristo". Só podemos encontrar Jesus, se alguém nos fala dele. A Missão do discípulo é indicar a todos a pessoa de Jesus, o Cordeiro de Deus.
"O que procurais?"
São as primeiras palavras de Jesus no evangelho de João. Nós também estamos à procura de algo e de alguém... Como os discípulos, procuramos saber quem é Jesus...O que procurais na vida? Qual a razão principal que nos move?
"Mestre, onde moras?"
A resposta dos discípulos é movida pelo desejo de comunhão. Os discípulos não estão interessados em teorias sobre Jesus. Querem, ao contrário, criar laços de intimidade com ele. "Onde moras?"
"Vinde e Vede"
Para criar intimidade com Jesus, são convidados: "Vinde e vede". É o encontro com Jesus na intimidade, na simplicidade e acolhimento... E o resultado da experiência aparece:
"Então eles foram e viram onde Jesus morava.
E permaneceram com ele naquele dia".
Discípulo de Jesus é aquele que é capaz de reconhecer no Cristo que passa o Messias libertador,
que está disponível para seguir Jesus no caminho do amor e da entrega, que aceita o convite de Jesus para entrar na sua casa e para viver em comunhão com ele, que é capaz de testemunhar Jesus e de anunciá-lo aos outros irmãos.
Deus também nos chama e convida
para fazer parte da Comunidade de Jesus...
Temos a mesma disponibilidade de Samuel: "Fala, Senhor, que teu servo escuta".Temos o mesmo ardor missionário dos primeiros discípulos, que partiram com entusiasmo para anunciar aos amigos o tesouro que encontraram?

Padre Amaro Jorge scj

Para Meditar

A Santa Mão

Na igreja do convento das Bernardas, de Valbona, se conserva uma mão humana seca e apergaminhada. A legenda conta que ela pertenceu a um monge do mosteiro de Santa Creus.Neste mosteiro havia dois monges que, mesmo antes de entrar no convento, eram amigos inseparáveis. Dentro do mosteiro continuaram com a boa amizade, fazendo sempre juntos suas orações, seus passeios e suas meditações. Então prometeram-se mutuamente que, se um deles morresse, o que sobrevivesse rezaria todos os dias pelo outro, dizendo diante de seu túmulo um responsório.Passaram-se os anos, e os dois monges não se separaram nunca, até que um deles morreu. Seguindo o costume do mosteiro, foi sepultado no subterrâneo, no lugar destinado a ele, num sarcófago de pedra, como todos os companheiros que o haviam precedido.No dia seguinte à morte, seu amigo desceu ao subterrâneo. Ajoelhado diante da tumba, rezou devotamente o responsório, tal como havia prometido. Ao terminar, viu, mudo de espanto, que a tampa do sarcófago se levantava para deixar passagem a uma mão. Esta lhe deu a bênção, ficando um momento fora da tumba, quieta, como que esperando que ele a tomasse. Nada disse o monge do que havia ocorrido, por temor de que se tratasse de uma alucinação, devido ao muito afecto que sentia por seu amigo.Desceu no dia seguinte, rezou, e ao terminar, outra vez saiu a mão do amigo da tumba e lhe deu a bênção. Todos os dias descia o monge, e todos os dias a mão do amigo o bendizia piedosamente. O monge não se pôde calar por mais tempo. Deu contas ao prior do que sucedia.No outro dia desceram com ele o prior e toda a comunidade. Iluminaram a tumba com círios bentos e cantaram todos um responsório pelo companheiro. Quando terminaram, levantou-se a tampa do sarcófago, como ocorria todos os dias, e apareceu uma mão pálida, benzeu a seus companheiros e ficou depois um momento imóvel. O prior aproximou-se então da tumba, e com olhos cheios de lágrimas pela emoção, tomou entre as suas a mão do monge. Sem puxar, sem fazer esforço algum, a mão se desprendeu do corpo e ficou entre as do prior, que caiu de joelhos ante o milagre.