17 novembro, 2009

A Mensagem nº 101 de 15 de Novembro de 2009










Mc 13, 24-32






Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: «Naqueles dias, depois de uma grande aflição, o sol escurecerá e a lua não dará a sua claridade; as estrelas cairão do céu e as forças que há nos céus serão abaladas. Então, hão-de ver o Filho do homem vir sobre as nuvens, com grande poder e glória. Ele mandará os Anjos, para reunir os seus eleitos dos quatro pontos cardeais, da extremidade da terra à extremidade do céu. Aprendei a parábola da figueira: quando os seus ramos ficam tenros e brotam as folhas, sabeis que o Verão está próximo. Assim também, quando virdes acontecer estas coisas, sabei que o Filho do homem está perto, está mesmo à porta. Em verdade vos digo: Não passará esta geração sem que tudo isto aconteça. Passará o céu e a terra, mas as minhas palavras não passarão. Quanto a esse dia e a essa hora, ninguém os conhece: nem os Anjos do Céu, nem o Filho; só o Pai».

Reflectindo


1.ª Leitura (Dan 12, 1-3):

Nesse tempo, virá a salvação para o teu povo”O livro de Daniel é um expoente do género literário apocalíptico, típico do Judaísmo tardio, representado sobretudo por livros apócrifos. São conhecidas as suas imagens, as suas especulações sobre os números, as descrições de animais monstruosos e de anjos, os sinais premonitores do fim do mundo. Entretanto, o conteúdo fundamental da apocalíptica é expresso pelo significado desta palavra grega: revelação. Por meio de visões, sonhos, imagens e símbolos, o autor encoraja um povo duramente provado e perseguido, que receia ser aniquilado e "revela" que a angústia presente não só não impedirá a vitória decisiva e iminente de Deus, como até será caminho para ela. Estar "inscrito no livro" significa fazer parte do projecto de Deus, máxima garantia do bem. Segundo a angelologia apocalíptica judaica, cada nação tem o seu anjo tutelar. Entre estes destaca-se "Miguel", "comandante" dos exércitos celestes (cf. Dan 10, 13). "Vida eterna" e "vergonha (infâmia) eterna" explicitam a condição do homem perante Deus, após a ressurreição, conforme o papel desempenhado na vida presente. O nosso destino final não depende da "lei do mais forte" e dos poderes maléficos, mas de Deus que fará a revolução definitiva das sortes
.2.ª Leitura (Hebr 10, 13-14.18):
“Ele tornou perfeitos para sempre os que Ele santifica” Continua o confronto entre o sacerdócio do Antigo Testamento e o de Jesus: o 1º era hereditário e exclusivo dos membros da tribo de Levi, enquanto que o 2º depende de uma vocação; os sacerdotes do Antigo Testamento repetiam incessantemente os mesmos sacrifícios e as mesmas festas, impotentes para obter uma salvação perfeita e definitiva, ao passo que o sacrifício de Jesus é perfeito e definitivo, obtendo de uma vez por todas a salvação da humanidade. A expressão "sentou-se para sempre à direita de Deus" (cf. o Sl 110, messiânico-sacerdotal) sublinha a unicidade ("de uma vez por todas") e definitividade do sacerdócio de Cristo e a sua entronização. A sua obra sacerdotal é perfeita e já não precisa de qualquer complemento.
Evangelho (Mc 13, 24-32):
“Sabei que o Filho do homem está perto, está mesmo à porta”O trecho evangélico dá-nos a conclusão do "discurso escatológico" (= sobre os "Novíssimos" ou últimos acontecimentos) de Jesus. Neste discurso cruzam-se e sobrepõem-se vários elementos: o anúncio do fim do mundo com a "parusia" do Filho do Homem, a exortação à vigilância... Como já se disse a propósito da 1.ª leitura, as imagens típicas do género literário apocalíptico ("naquele dia", "a tribulação", "o filho do homem que vem sobre as nuvens", "o obscurecimento dos astros") não pretendem assustar, mas antes despertar a esperança. Com todos estes materiais, o Evangelista transmite uma mensagem profundamente enraizada na Bíblia e na pessoa de Jesus: o advento do Reino de Deus. Trata-se de uma mensagem de salvação. O cristão deve renunciar a cálculos cronológicos, aplicando cada dia da sua vida em aderir às palavras e ao Evangelho de Jesus, que realizam a promessa bíblica do Reino de Deus, sempre iminente.

Para meditar


Amor & Loucura


"Contam que uma vez se reuniram todos os sentimentos e qualidades dos homens num lugar da terra. Quando o ABORRECIMENTO já havia reclamado pela terceira vez, a LOUCURA, como sempre tão louca, propôs-lhes: Vamos brincar de esconde-esconde? A INTRIGA levantou a sobrancelha intrigada e a CURIOSIDADE sem poder conter-se perguntou: Esconde-esconde? Como é isso? É um jogo, explicou a LOUCURA, em que eu fecho os olhos e começo a contar de um a um milhão enquanto vocês se escondem, e quando eu tiver terminado de contar, o primeiro de vocês que eu encontrar ocupará meu lugar para continuar o jogo. O ENTUSIASMO dançou seguido pela EUFORIA. A ALEGRIA deu tantos saltos que acabou por convencer a DÚVIDA e até mesmo a APATIA, que nunca se interessavam por nada. Mas nem todos quiseram participar. A VERDADE preferiu não se esconder. Para quê, se no final todos me encontram? A SOBERBA opinou que era um jogo muito tonto (no fundo o que a incomodava era que a idéia não tivesse sido dela). A COVARDIA preferiu não arriscar-se. Um, dois, três, quatro... começou a contar a LOUCURA. A primeira a esconder-se foi a PRESSA, que como sempre caiu atrás da primeira pedra do caminho. A FÉ subiu ao céu e a INVEJA se escondeu atrás da sombra doTRIUNFO, que com seu próprio esforço tinha conseguido subir á copa da árvore mais alta. A GENEROSIDADE quase não consegue esconder-se, pois cada local que encontrava, lhe parecia maravilhoso para algum de seus amigos. Se era um lago cristalino, ideal para a BELEZA. Se era a copa de uma árvore, perfeito para a TIMIDEZ. Se era o vôo de uma borboleta, o melhor para a VOLÚPIA. Se era uma rajada de vento, magnífico para a LIBERDADE. E assim acabou escondendo-se em um raio de sol. O EGOÍSMO, ao contrário, encontrou um local muito bom desde o início. Ventilado, cómodo, mas apenas para ele. A MENTIRA escondeu-se no fundo do oceano (mentira, na realidade, escondeu-se atrás do arco-íris). E a PAIXÃO e o DESEJO, no centro dos vulcões. O ESQUECIMENTO, não me recordo onde se, escondeu mas isso não é o mais importante. Quando á LOUCURA estava lá pelo 999.999, o AMOR ainda não havia encontrado um local para se esconder, pois todos já estavam ocupados, até que encontrou uma roseira e, carinhosamente, decidiu esconder-se entre suas flores. A primeira a aparecer foi a PRESSA, apenas a três passos de uma pedra. Depois, escutou-se a FÉ discutindo com Deus, no céu, sobre zoologia. Sentiu-se vibrar a PAIXÃO e o DESEJO nos vulcões. Num descuido, a LOUCURA encontrou a INVEJA e claro, pôde deduzir onde estava o TRIUNFO. O EGOÍSMO, não teve nem que procurá-lo: ele sozinho saiu disparado de seu esconderijo, que na verdade era um ninho de vespas. De tanto caminhar, a LOUCURA sentiu sede e ao aproximar-se de um lago, descobriu a BELEZA. A DÚVIDA foi mais fácil ainda, pois a encontrou sentada sobre uma cerca sem decidir de que lado esconder-se. E assim foi encontrando todos. O TALENTO entre a erva fresca, a ANGÚSTIA numa cova escura, a MENTIRA atrás do arco-íris (mentira, estava no fundo do oceano) e até o ESQUECIMENTO, que já se havia esquecido que estava brincando de esconde-esconde. Apenas o AMOR não aparecia em nenhum local. A LOUCURA procurou atrás de cada árvore, debaixo de cada rocha do planeta e em cima das montanhas. Quando estava a ponto de dar-se por vencida, encontrou um roseiral. Pegou uma forquilha e começou a mover os ramos, quando, no mesmo instante, escutou-se um doloroso grito. Os espinhos tinham ferido o AMOR nos olhos. A LOUCURA não sabia o que fazer para se desculpar. Chorou, rezou, implorou, pediu perdão e até prometeu ser seu guia. Desde então, desde que pela primeira vez se brincou de esconde-esconde na terra, o AMOR é cego e a LOUCURA sempre o acompanha."

Com Interesse



Santo Alberto Magno


Um ser pleno de virtudes, ciência, sabedoria e fé inabalável, grandioso em todos os sentidos. Frei dominicano, pregador eloqüente, magistral professor das ciências naturais e das doutrinas da fé, escritor, fundador, Bispo e finalmente, Doutor da Igreja. Sim, estas qualificações pertencem a Santo Alberto Magno, um dos mais importantes da Igreja e da humanidade. O grande filósofo e teólogo que dedicou sua vida na busca incansavelmente no encontro da ciência com a fé, e que se destacou principalmente pela humildade e caridade. Escreveu mais de vinte e duas obras sobre teologia, as ciências naturais como a filosofia, a química, a física, e botânica. Além de inúmeros tratados sobre as artes práticas como tecelagem, navegação, agricultura, Foi, sobretudo um profundo observador e amante da natureza. Por tudo isso, ainda em vida era chamado de "o Magno" por seus contemporâneos. Entretanto, ainda jovem quase desistiu da vida religiosa, sentia dificuldades no entendimento do estudo da Teologia. Mas, segundo ele próprio, foi Nossa Senhora que o fez perseverar. Devotíssimo da Virgem Maria, durante as orações ela o teria aconselhado a não desistir, pois se o fizesse pouco a pouco os dons que tinha recebido, lhe seriam tirados. Desde então, dizia: "Minha intenção última está na ciência de Deus". E sem dúvida, a forma rápida e fácil como aprendia tudo e a clareza com que, pregava, explicava e ensinava, eram dons divinos. Nascido em 1206, na Alemanha, Alberto pertencia à influente e poderosa família Bolsadt, rica, nobre, cristã e de tradição militar. Piedoso desde a infância, Alberto recebeu uma educação muito aprimorada, digna dos nobres. Porém sempre deixou evidente a sua preferência pelos estudos das ciências naturais e pela religião, às alegrias fúteis da corte. Aos dezesseis anos, foi para a universidade de Pádua, na Itália, onde, sob a tutela de Maria, completou os estudos superiores. Em 1229, tornou-se frade dominicano pregador. Lecionou nos principais pólos de cultura europeus de sua época, a Itália, Alemanha e França. Em Paris atraiu tantos estudantes e discípulos que teve que lecionar em praça pública. Que passou a ser chamada de praça Maubert, graças a Santo Alberto Magno. O nome é uma derivação de Magnus Albert, que é mantido até hoje. Alí dentre seus discípulos estava Santo Tomás de Aquino, outro dominicano cuja importância não é menor. Em 1254, eleito superior provincial de sua ordem na Alemanha, abriu mão da cátedra de Paris para ficar na comunidade dominicana sob sua direção. Ali demonstrou todo o seu espírito de monge pobre e humilde. Viajou por grande parte da Alemanha sempre a pé e pedindo esmolas no caminho para se alimentar. Assim, ele fundou vários conventos, além de renovar os já existentes. Em 1260 foi nomeado Bispo de Ratisbona, ocupando o cargo por dois anos, quando pediu exoneração. Não estava interessado no poder e sim no saber, voltou para a vida simples no convento que ele fundara e ao ensino na univerdiade de Colônia. Já entrado nos setenta anos, foi incumbido pelo Papa Urbano IV de liderar as cruzadas na Alemanha e na Boêmia. Em 1274 teve participação decisiva na união da Igreja grega com a latina, no Segundo Concílio de Lião. Três anos antes de sua morte Santo Alberto Magno começou a perder a memória. Mandou então construir sua própria sepultura, e rezava o ofício dos mortos, todos os dias. Morreu serenamente no dia 15 de novembro de 1280. O Papa Pio XI o canonizou e proclamou Santo Alberto Magno, Doutor da Igreja, em 1931. Dez anos depois, Papa Pio XII o declarou padroeiro dos estudiosos das ciências naturais.