28 fevereiro, 2010

A Mensagem nº116 de 28 de Fevereiro de 2010







EVANGELHO Lc 9. 28b-36







Naquele tempo, Jesus tomou consigo Pedro, João e Tiago e subiu ao monte, para orar.
Enquanto orava, alterou-se o aspecto do seu rosto e as suas vestes ficaram de uma brancura refulgente. Dois homens falavam com Ele: eram Moisés e Elias, que, tendo aparecido em glória,
falavam da morte de Jesus, que ia consumar-se em Jerusalém. Pedro e os companheiros estavam a cair de sono; mas, despertando, viram a glória de Jesus e os dois homens que estavam com Ele.
Quando estes se iam afastando, Pedro disse a Jesus: «Mestre, como é bom estarmos aqui!
Façamos três tendas: uma para Ti, outra para Moisés e outra para Elias». Não sabia o que estava a dizer. Enquanto assim falava, veio uma nuvem que os cobriu com a sua sombra; e eles ficaram cheios de medo, ao entrarem na nuvem. Da nuvem saiu uma voz, que dizia: «Este é o meu Filho, o meu Eleito: escutai-O». Quando a voz se fez ouvir, Jesus ficou sozinho.Os discípulos guardaram silêncio e, naqueles dias, a ninguém contaram nada do que tinham visto



O PEIXE E O MAR (Nós e Deus)



"Uma vez pediram a um peixe para falar do mar.- Dizem que é muito grande o mar - respondeu o peixe - Dizem que sem ele morreríamos. Não sou o peixe mais indicado para falar do mar. Eu, do mar, o que conheço bem são só estes dez metros à superfície. É só deles que vos posso falar. No meu cardume não se fala do mar. Fala-se das algas, das rochas, das marés, dos peixes grandes e perigosos, dos pequenos e saborosos e de que temperatura fará amanhã. O meu cardume é assim: eles vão e eu vou atrás deles.- Mas tu, que és peixe, nunca sentiste o mar?- Creio que o sinto, às vezes, ao passar-me pelas guelras. Uma vezes sinto-o, outras não. Às vezes sinto-o quando não me distraio com outras coisas. Fecho os olhos e fico a sentir o mar. Isto tudo de noite, claro, para que os outros não vejam. Diriam que sou louco por dar tempo ao mar.- Conheces o mar, portanto. Podes falar-nos do mar?- Sei que é grande e profundo, mas não vos quero enganar. [...] Eu nunca desci muito fundo. Bem, talvez uma ou duas vezes... Um dia as ondas eram tão fortes que eu tive de me deixar levar muito fundo, para não morrer. Nunca lá tinha estado e nunca esquecerei que lá estive. - Foi mau, quando desceste? Porque voltaste à superfície?- Não foi mau, foi muito bom. Havia muita paz, muito silêncio. Era como se fosse lá a minha casa, como se ale eu estivesse inteiro.- Porque não voltaste lá ao fundo? Por preguiça?- Às vezes acho que é preguiça, outras vezes acho que é medo.- Medo? Mas tu não disseste que era bom? Medo de quê?- Medo do desconhecido, medo de me perder. Aqui à superfície já estou habituado. Adquiri um certo estatuto para mim mesmo. Controlo as coisas ou, pelo menos, tenha a sensação de as controlar. Lá em baixo não sei bem o que me pode acontecer. Estou nas mãos do mar.- Tiveste medo, quando chegaste ao fundo do mar?- Não tive medo algum. Era tudo muito simples... E no entanto agora tenho medo... Mas eu não cheguei ao fundo do mar! Apenas estive menos à superfície.- E que dizem os outros que lá estiveram?- Dizem coisas que eu não entendo. Dizem que é preciso ir para perceber. E dizem que nada há mais importante na vida de um peixe.- E explicaram como se vai?- Aí é que está. Explicam que não se chega lá por esforço, que só podemos fazer esforço em deixar-nos ir. Que é só o mar que nos leva ao mar.Então veio uma corrente mais forte que o fazia descer. O peixe tentou lutar contra ela com quantas forças tinha, à medida que via distanciarem-se as coisas da superfície. Talvez para sempre... Mas depois fechou os olhos, confiou e já sem medo deixou-se ir.




"Nuno Tovar Lemos, in "O Príncipe e a Lavadeira"



ALGUMAS SUGESTÕES PRÁTICAS
PARA O 2º DOMINGO DA QUARESMA
(adaptadas de “Signes d’aujourd’hui”)



A PALAVRA MEDITADA AO LONGO DA SEMANA.
Ao longo dos dias da semana anterior ao 2º Domingo da Quaresma, procurar meditar a Palavra de Deus deste domingo. Meditá-la pessoalmente, uma leitura em cada dia, por exemplo… Escolher um dia da semana para a meditação comunitária da Palavra: num grupo da paróquia, num grupo de padres, num grupo de movimentos eclesiais, numa comunidade religiosa… Aproveitar, sobretudo, a semana para viver em pleno a Palavra de Deus.
ARRANJAR UM TEMPO DE CONTEMPLAÇÃO.
Ao longo da celebração, arranjar um verdadeiro tempo de contemplação silenciosa (seja depois da homilia, seja depois da comunhão), um tempo que será introduzido de maneira a ser um “coração a coração” com Cristo transfigurado, “que transformará o nosso corpo miserável, para o tornar semelhante ao seu corpo glorioso” (segunda leitura).
ORAÇÃO NA LECTIO DIVINA.
Na meditação da Palavra de Deus (lectio divina), pode-se prolongar o acolhimento das leituras com a oração.
No final da primeira leitura:
“Deus de Abraão, Deus de nossos pais na fé, nós Te reconhecemos como o Pai do Povo inumerável dos crentes, que Tu multiplicaste como as estrelas do céu e a areia do deserto. Nós Te bendizemos. Nós Te pedimos por todos os crentes que se reconhecem filhos de Abraão em diferentes confissões. Que o teu Espírito nos guie para a unidade”.
No final da segunda leitura:
“Pai, nós Te damos graças, porque nos nomeaste cidadãos dos céus e nos deste os modelos de Jesus e dos Apóstolos para nos guiar. Que o teu Espírito, pelo seu poder, transforme os nossos pobres corpos à imagem do corpo glorioso de teu Filho, que esperamos como Salvador. Confirma a nossa esperança”.
No final do Evangelho:
“Deus de luz, bendito sejas por estes momentos de oração em cada domingo. Tu nos transportas sobre a montanha, com Jesus e os discípulos. É bom estarmos aqui, na tua presença. Nós Te pedimos: abre o coração e o espírito de todos os fiéis cristãos à Palavra viva do teu Filho bem-amado, para que o escutemos”.
BILHETE DE EVANGELHO.
Quando Jesus está em oração, não está só, Deus seu Pai está com Ele. O monte é o lugar da revelação de Deus e a nuvem é símbolo da sua presença. É, pois, no momento em que Jesus rezava que Deus Se manifesta, não somente a seu Filho, mas também aos seus discípulos, e a presença de Moisés e de Elias recorda a antiga aliança àqueles que vão beneficiar da nova aliança. Ao mesmo tempo que, no monte Sinai, Deus tinha revelado o seu Nome a Moisés para fazer sair do Egipto o seu povo escolhido, também na montanha da Transfiguração Deus dá a identidade de Jesus: “Este é o meu Filho, o meu Eleito”. E aos três apóstolos, embaixadores de todos aqueles que reconhecerão em Jesus o Filho bem-amado, Deus pede para O escutar. É antes de ver a nuvem e de ouvir a voz do Pai que Pedro propõe para erguer três tendas para Jesus, Moisés e Elias, porque pensa que são apenas três. Será necessário que Deus Se manifeste para que Pedro, um pouco como Jacob, diga talvez: “Deus estava no monte e eu não sabia!” Será preciso chegar à manhã de Páscoa, e o dom do Espírito no Pentecostes, para que ele proclame a sua fé n’Aquele que Deus fez “Senhor e Messias, este Jesus que crucificaram”.
(In página dos Dehonianos)

Com Interesse


Quaresma

A palavra Quaresma vem do latim quadragésima e é utilizada para designar o período de quarenta dias que antecedem a festa ápice do cristianismo: a ressurreição de Jesus Cristo, comemorada no famoso Domingo de Páscoa. Esta prática data desde o século IV.
Na quaresma, que começa na quarta-feira de cinzas e termina na quinta-feira (até a Missa da Ceia do Senhor, na Semana Santa, os católicos realizam a preparação para a Páscoa. O período é reservado para a reflexão, a conversão espiritual. Ou seja, o católico deve se aproximar de Deus visando o crescimento espiritual. Os fiéis são convidados a fazerem uma comparação entre suas vidas e a mensagem cristã expressa nos Evangelhos. Esta comparação significa um recomeço, um renascimento para as questões espirituais e de crescimento pessoal. O cristão deve intensificar a prática dos princípios essenciais de sua fé com o objetivo de ser uma pessoa melhor e proporcionar o bem para os demais.
Essencialmente, o período é um retiro espiritual voltado à reflexão, onde os cristãos se recolhem em oração e penitência para preparar o espírito para a acolhida do Cristo Vivo, Ressuscitado no Domingo de Páscoa. Assim, retomando questões espirituais, simbolicamente o cristão está renascendo, como Cristo. Todas as religiões têm períodos voltados à reflexão, eles fazem parte da disciplina religiosa. Cada doutrina religiosa tem seu calendário específico para seguir. A cor litúrgica deste tempo é o roxo, que significa luto e penitência. A quaresma também é uma volta a casa de Deus, isto é, dar um tempo para as coisas Sagradas, assim como o filho Pródigo que deixou tudo e depois voltou a casa do Pai pedindo perdão e o Pai o amou ternamente. E Deus não olha os nossos pecados, mas nos ama muito a ponto de dar a Vida do próprio Filho para nos Salvar, somente um Deus misericordioso pode fazer isso pela pessoa humana.


Para você e sua família como é vivida a quaresma?