12 dezembro, 2009

A Mensagem nº 105 de 13 de Dezembro de 2009




3º DOMINGO DO ADVENTO
















EVANGELHO Lc 3, 10-18





«Que devemos fazer?»







Naquele tempo, as multidões perguntavam a João Baptista: «Que devemos fazer?». Ele respondia-lhes: «Quem tiver duas túnicas reparta com quem não tem nenhuma; e quem tiver mantimentos faça o mesmo». Vieram também alguns publicanos para serem baptizados e disseram: «Mestre, que devemos fazer?». João respondeu-lhes: «Não exijais nada além do que vos foi prescrito». Perguntavam-lhe também os soldados: «E nós, que devemos fazer?». Ele respondeu-lhes: «Não pratiqueis violência com ninguém nem denuncieis injustamente; e contentai-vos com o vosso soldo». Como o povo estava na expectativa e todos pensavam em seus corações se João não seria o Messias, ele tomou a palavra e disse a todos: «Eu baptizo-vos com água, mas está a chegar quem é mais forte do que eu, e eu não sou digno de desatar as correias das suas sandálias. Ele baptizar-vos-á com o Espírito Santo e com o fogo. Tem na mão a pá para limpar a sua eira e recolherá o trigo no seu celeiro; a palha, porém, queimá-la-á num fogo que não se apaga». Assim, com estas e muitas outras exortações, João anunciava ao povo a Boa Nova».

Reflectindo

ALGUMAS SUGESTÕES PRÁTICAS
PARA O 3º DOMINGO DO ADVENTO

(adaptadas de “Signes d’aujourd’hui”)

1. A PALAVRA MEDITADA AO LONGO DA SEMANA.
Ao longo dos dias da semana anterior ao 3º Domingo do Advento, procurar meditar a Palavra de Deus deste domingo. Meditá-la pessoalmente, uma leitura em cada dia, por exemplo… Escolher um dia da semana para a meditação comunitária da Palavra: num grupo da paróquia, num grupo de padres, num grupo de movimentos eclesiais, numa comunidade religiosa… Aproveitar, sobretudo, a semana para viver em pleno a Palavra de Deus.
2. GESTO PARA O INÍCIO DA CELEBRAÇÃO.
Convidar a assembleia à alegria… Sem ler o texto, mas fazendo-lhe referência, o presidente poderá alimentar a sua palavra de abertura com o apelo que Paulo lança aos Filipenses na segunda leitura: “Irmãos: alegrai-vos sempre no Senhor. Novamente vos digo: alegrai-vos. O Senhor está próximo”.
3. ORAÇÃO NA LECTIO DIVINA.
Na meditação da Palavra de Deus (lectio divina), pode-se prolongar o acolhimento das
leituras com a oração.
No final da primeira leitura:
“A nossa felicidade está em Ti, Senhor nosso Deus. Nós Te dirigimos as nossas orações e os nossos gritos de alegria, porque vieste habitar no meio de nós por Jesus teu Filho, o Ressuscitado.
Nós Te pedimos por todos os homens nossos irmãos que a obscuridade do mal e do ódio mergulhou na tristeza: que a salvação venha até eles”.
No final da segunda leitura:
Pai, nós Te damos graças pela alegria que nos dás e que vem de Jesus, porque está completamente próximo de nós, como Luz nas trevas e Paz nas inquietudes da existência.
Nós Te pedimos: que a paz do teu Espírito guarde os nossos corações e as nossas inteligências em Cristo Jesus”.
No final do Evangelho:
“Deus fiel, bendito és Tu pela Boa Nova anunciada por João Baptista e pelo caminho de conversão que ele abria aos teus fiéis. Bendito és Tu pelo baptismo no Espírito Santo que Jesus nos deu. Doravante, é a Jesus que nós pedimos: «Que devemos fazer?» Nós Te pedimos: queo teu Espírito nos faça conhecer a tua vontade”.
4. BILHETE DE EVANGELHO.
Deus não pede a mesma coisa aos cobradores de impostos e aos soldados, mas pede a todos para fazerem algo que manifeste mais justiça, mais generosidade, mais paz… É no momento em que os homens se deixam baptizar na água do Jordão que perguntam o que devem fazer. Se vêm encontrar João Baptista, é porque procuram converter-se, procuram tornar-se homens novos. Aceitam viver outra coisa a fim de se tornarem outros. Mas vem o dia, anuncia o Percursor, em que a conversão não é apenas obra do homem, mas acção comum de Deus e dos homens: vem Aquele que baptizará no Espírito Santo e no fogo para fazer surgir um mundo novo e varrer o
velho mundo. A Boa Nova que João Baptista anuncia ao povo é precisamente a intervenção de Deus em pessoa pela vinda do Messias que vai comprometer a humanidade nesta renovação radical, fruto da Aliança Nova selada entre Deus e a humanidade, Aliança com os dois parceiros da salvação: Deus e o homem.
5. À ESCUTA DA PALAVRA.
“Que devemos fazer?” Esta questão é posta três vezes a João Baptista, pelas multidões, pelos publicanos, pelos soldados. João não parece ser muito exigente nas respostas. Nada de extraordinário. Não pede para saírem do real das suas vidas. Por exemplo, exorta as multidões à partilha com os mais pobres. Hoje, dir-nos-ia para transformarmos a festa comercial de Natal numa ocasião de partilha mais generosa. A atenção ao quotidiano sugerir-nos-á como partilhar! Não são necessárias coisas extraordinárias. Basta deixar iluminar pela Boa Nova de Jesus a nossa vida de todos os dias…
(In página dos Dehonianos)

Para meditar




Era uma vez o Sr. Porfírio e o Sr Cândido
Vizinhos de quinta, colegas de escola, e ainda parentes afastados.Sr. Porfírio, Implicativo como ele era difícil haver outro. Implicava com os parentes
por causa de heranças, implicava com os vizinhos por causa de limites de terras,
implicava até com os filhos por causa de dinheiro.
Sr. Cândido, pelo contrário. Amigo de todo mundo, resolvia seus problemas com
conversas, com palavras cheias de amor, com tolerância e com jeitinho.Um dia Sr. Cândido recebeu uma herança de um parente afastado. Sr. Porfírio ficou
roído de inveja. Começou a falar mal do sr. Cândido a todo mundo:Bonzinho? Pois sim! Estes são os piores…Sr. Cândido, fez de conta que não sabia e foi vivendo. E cada vez o Sr. Porfírio ficava
com mais raiva do Sr. Cândido.Então o Sr. Porfírio inventou que o riacho que passava pelas duas fazendas era só dele
e desviou o curso do riacho. Sr. Cândido ficou sem água, e então ficou muito zangado.Procurou o advogado , doutor Alex, e mandou que ele colocasse uma ação em tribunal
contra o sr. Porfírio. Aquilo foi-se arrastando, com uns embargos, e umas ações suspensivas,
peritagens, uns recursos, até que o julgamento foi marcado.
Sr. Cândido foi procurar o advogado: Sr. doutor, o senhor não achava bom se a gente mandasse
aí uns perus pro juiz? Será que não facilitava as coisas? O advogado botou a mão na cabeça:Que é isso, Sr. Cândido? O juiz é o doutor Honório, o juiz mais severo da comarca!
Se o senhor manda um presente pra ele, ele é capaz de dar a razão do processo ao
Sr. Porfírio só pra mostrar como ele é honesto…Sr. Cândido saiu dali pensando…No dia do julgamento estava todo mundo nervoso. Menos o Sr. Cândido:Não se preocupem, nós vamos ganhar. Podem ter certeza… Não é preciso ninguém ficar nervoso…Doutor Honório chegou de cara fechada, como se estivesse zangado com alguma coisa,
não cumprimentou ninguém.O julgamento foi rápido e realmente o Sr. Cândido ganhou. Sr. Porfírio foi condenado
a pagar um dinheirão ao Sr. Cândido e ainda teve de voltar o riacho para o leito anterior.Sr. Cândido deu uma grande festa para comemorar. E então, com um sorriso muito malandro, ele perguntou ao doutor Alex: Viu como foi bom mandar uns perus paro juiz?O quê? O senhor mandou os perus paro juiz? Mandei sim, doutor, mandei sim. Só que eu mandei no nome do Sr.Porfírio…

E assim era uma vez o seu Porfírio castigado por tanto mal ter feito…

Com Interesse


Santa Luzia


Somente em 1894 o martírio da jovem Luzia, também chamada Lúcia, foi devidamente confirmado, quando se descobriu uma inscrição escrita em grego antigo, sobre o seu sepulcro, em Siracusa, Nápolis. A inscrição trazia o nome da mártir e confirmava a tradição oral cristã sobre sua morte no início do século IV. Mas a devoção à Santa, cujo próprio nome está ligado à visão ("Luzia" deriva de "luz"), já era exaltada desde o século V. Além disso, o Papa Gregório Magno, passado mais um século, a incluiu com todo respeito para ser citada no Cânone da Missa. Os milagres atribuídos à sua intercessão a transformaram numa das santas auxiliadoras da população, que a invocam principalmente nas orações para obter cura nas doenças dos olhos ou da cegueira. Diz a antiga tradição oral que essa proteção, pedida a Santa Luzia, se deve ao fato de que ela teria arrancado os próprios olhos, entregando-os ao carrasco, preferindo isso a renegar a fé em Cristo. A arte perpetuou seu ato extremo de fidelidade cristã através da pintura e literatura. Foi enaltecida pelo magnífico escritor Dante Alighieri, na obra "A Divina Comédia", que atribuiu a Santa Luzia a função da graça iluminadora. Assim essa tradição se espalhou através dos séculos ganhando o mundo inteiro e permanece até hoje. Luzia pertencia a uma rica família napolitana de Siracusa. Sua mãe, Eutíquie, ao ficar viúva prometeu dar a filha como esposa a um jovem da corte local. Mas a moça havia feito voto de virgindade eterna e pediu que o matrimônio fosse adiado. Isso aconteceu porque uma terrível doença acometeu sua mãe. Luzia então conseguiu convencer Eutíquie a seguí-la em peregrinação até o túmulo de Santa Águeda ou Ágata. A mulher voltou curada da viagem e permitiu que a filha mantivesse sua castidade. Além disso, também consentiu que dividisse seu dote milionário com os pobres, como era seu desejo. Entretanto, quem não se conformou foi o ex-noivo. Cancelado o casamento, foi denunciar Luzia como cristã ao governador romano. Era o período da perseguição religiosa imposta pelo cruel imperador Diocleciano, assim, a jovem foi levada a julgamento. Como dava extrema importância à virgindade, o governante mandou que a carregassem à força a um prostíbulo, para servir à prostituição. Conta a tradição que, embora Luzia não movesse um dedo, nem dez homens juntos conseguiram levantá-la do chão. Foi então condenada a morrer ali mesmo. Os carrascos jogaram sobre seu corpo resina e azeite ferventes, mas ela continuava viva. Somente um golpe de espada em sua garganta conseguiu tirar-lhe a vida. Era o ano 304. Para proteger as relíquias de Santa Luzia dos invasores árabes muçulmanos, em 1039, um general bizantino as enviou para Constantinopla, atual território da Turquia. Elas voltaram ao Ocidente por obra de um rico veneziano, seu devoto, que pagou aos soldados da Cruzada de 1204, para trazerem sua urna funerária. Santa Luzia é celebrada no dia 13 de dezembro e seu corpo está guardado na catedral de Veneza, embora algumas pequenas relíquias foram para a igreja de Siracusa, que a venera no mês de maio também.