05 setembro, 2009

A Mensagem n~91 de 06 de Setembro de 2009







EVANGELHO – Mc 7,31-37




Naquele tempo,
Jesus deixou de novo a região de Tiro e, passando por Sidónia,
veio para o mar da Galileia, atravessando o território da Decápole.
Trouxeram-Lhe então um surdo que mal podia falar e suplicaram-Lhe
que impusesse as mãos sobre ele.
Jesus, afastando-Se com ele da multidão, meteu-lhe os dedos
nos ouvidos e com saliva tocou-lhe a língua.
Depois, erguendo os olhos ao Céu, suspirou e disse-lhe:
«Effathá», que quer dizer «Abre-te».
Imediatamente se abriram os ouvidos do homem, soltou-se-lhe
a prisão da língua e começou a falar correctamente.
Jesus recomendou que não contassem nada a ninguém.
Mas, quanto mais lho recomendava, tanto mais intensamente
eles o apregoavam. Cheios de assombro, diziam:
«Tudo o que faz é admirável:
faz que os surdos oiçam e que os mudos falem».

Reflectindo


ALGUMAS SUGESTÕES PRÁTICAS
PARA O 23º DOMINGO DO TEMPO COMUM
(adaptadas de “Signes d’aujourd’hui”)


1. A PALAVRA MEDITADA AO LONGO DA SEMANA.
Ao longo dos dias da semana anterior ao 23º Domingo do Tempo Comum, procurar
meditar a Palavra de Deus deste domingo. Meditá-la pessoalmente, uma leitura em
cada dia, por exemplo… Escolher um dia da semana para a meditação comunitária da
Palavra: num grupo da paróquia, num grupo de padres, num grupo de movimentos
eclesiais, numa comunidade religiosa… Aproveitar, sobretudo, a semana para viver
em pleno a Palavra de Deus.
2. BILHETE DE EVANGELHO.
Marcos é um verdadeiro encenador. Ele faz a decoração em pleno território de
Decápole, habitado pelos pagãos. Coloca em primeiro plano da cena duas
personagens: Jesus e o surdo-mudo, enquanto a multidão fica em segundo plano. O
actor principal, Jesus, só pronuncia uma palavra: “Effata!” (Abre-te) e faz três gestos:
mete o dedo nos ouvidos do doente, toca-lhe a língua com a sua própria saliva e
levanta os olhos para o céu. A segunda personagem deixa-se levar, pois põe-se a
falar correctamente. Jesus vira-se para a multidão, pedindo-lhe para não dizer nada do
que se tinha passado. A cena termina com um coro unânime: “Tudo o que faz é
admirável: faz que os surdos oiçam e que os mudos falem”. E nós, onde nos vamos
situar? Nós somos este surdo-mudo doente, recusando por vezes escutar a Palavra
de Deus e não ousando anunciá-la. Então, Jesus dirige-Se a nós, faz-nos sinal, pedenos
para nos abrirmos nós mesmos, como tinha pedido ao paralítico para se levantar.
Cada Eucaristia é uma passagem de Cristo ressuscitado: deixemo-nos tocar por Ele
para nos abrirmos…
3. À ESCUTA DA PALAVRA.
“Effata!” “Abre-te!” Esta palavra tão simples é na realidade muito perigosa. Como diz o
dicionário, abrir é fazer com que o que está fechado não o fique mais. Óbvio, mas
cheio de consequências! Os Judeus de Jerusalém tinham consciência de serem o
Povo eleito por Deus, posto aparte pelos outros povos. Nem pensar misturar-se aos
outros povos, aos pagãos, aos estrangeiros! E eis que Jesus faz o contrário. Sai das
fronteiras de Israel, vai junto dos pagãos, fazendo mesmo milagres em seu favor. É o
mundo ao contrário! Ele não teme mesmo ter contacto físico com este surdo-mudo,
impuro aos olhos dos Judeus fiéis. Antes de abrir os ouvidos do infeliz, é Jesus que Se
abre aos estrangeiros, tornando-Se um impuro aos olhos dos Judeus. Evidentemente,
é muito arriscado, ainda hoje, abrir a sua porta, mas primeiro o seu coração aos
estrangeiros. Porque é preciso olhá-los ultrapassando os preconceitos, aceitando
outras maneiras de pensar e de viver. Aquele que segue Jesus não pode esquivar-se
à interrogação: E eu, onde estou quanto à minha abertura de coração? Jesus quer
sempre vir até mim, tocar os meus ouvidos para que eu ouça melhor o grito dos meus
irmãos em angústia, tocar os meus olhos para que procure encontrar o olhar de Deus
sobre os outros. A um visitante que lhe perguntava para que servia um concílio, João
XXIII respondeu: “ o concílio é a janela aberta. Ou ainda, é tirar a poeira e varrer a
casa, e pôr flores e abrir a porta dizendo a todos: Vinde e vede, aqui é a casa do bom
Deus!” Na manhã de Páscoa, já houve uma abertura, quando a pedra que fechava o
túmulo de Jesus foi retirada. E antes ainda, tinha havido já uma abertura, quando o
soldado romano tinha aberto o lado de Jesus com um golpe de lança. Estas duas
aberturas nunca foram fechadas. Participando em cada Eucaristia, vimos beber a água
e o sangue que brotam para que o grito de Jesus seja eficaz também em nós: “Effata!”
“Abre-te!”
( In página dos Dehonianos )

Para meditar


A Ilha dos sentimentos


Era uma vez uma ilha, onde moravam todos os sentimentos: a Alegria, a Tristeza, a Sabedoria e todos os outros sentimentos. Por fim o amor. Mas, um dia, foi avisado aos moradores que aquela ilha iria afundar. Todos os sentimentos apressaram-se para sair da ilha.Pegaram seus barcos e partiram. Mas o amor ficou, pois queria ficar mais um pouco com a ilha, antes que ela afundasse. Quando, por fim, estava quase se afogando, o Amor começou a pedir ajuda. Nesse momento estava passando a Riqueza, em um lindo barco. O Amor disse:- Riqueza, leve-me com você.- Não posso. Há muito ouro e prata no meu barco. Não há lugar para você.Ele pediu ajuda a Vaidade, que também vinha passando.- Vaidade, por favor, me ajude.- Não posso te ajudar, Amor, você esta todo molhado e poderia estragar meu barco novo.Então, o amor pediu ajuda a Tristeza.- Tristeza, leve-me com você.- Ah! Amor, estou tão triste, que prefiro ir sozinha.Também passou a Alegria, mas ela estava tão alegre que nem ouviu o amor chamá-la.Já desesperado, o Amor começou a chorar. Foi quando ouviu uma voz chamar:- Vem Amor, eu levo você!Era um velhinho. O Amor ficou tão feliz que esqueceu-se de perguntar o nome do velhinho. Chegando do outro lado da praia, ele perguntou a Sabedoria.- Sabedoria, quem era aquele velhinho que me trouxe aqui?A Sabedoria respondeu:- Era o TEMPO.- O Tempo? Mas porque só o Tempo me trouxe?- Porque só o Tempo é capaz de entender o "AMOR"."
: Reinilson Câmara

Com Interesse



S. LIBERATO


Liberato nasceu numa na pequena Loro Piceno, província de Macerata, na Itália. Pertencia à nobre família Brunforte, senhores de muitas terras e muito poder. Mas o jovem Liberato ouvindo o chamado de Deus e por sua grande devoção à Virgem Maria, abandonou toda a riqueza e conforto, para seguir a vida religiosa. Renunciou às terras e o título de Senhor de Loro Piceno, que havia herdado de seu tio em favor de seu irão Gualterio, e foi viver no Convento de Rocabruna, em Urbino. Ordenado sacerdote e desejando consagrar sua vida à penitência e às orações contemplativas se retirou ao pequeno e ermo convento de Sofiano, não distante do castelo de Brunforte. Alí vestiu o habito da Ordem dos frades menores de São Francisco, onde sua vida de virtudes lhe valeu a fama de santidade. Em "Florzinhas de São Francisco" encontramos o seguinte relato sobre ele: " no Convento de Sofiano, o frade Liberato de Loro Piceno vivia em pela comunhão com Deus. Ele possuía um elevado dom de contemplação e durante as orações chegava a se elevar do chão. Por onde andava os pássaros o acompanhavam, posando nos seus braços, cabeça e ombros, cantando alegremente. Amigo da solidão, raramente falava, mas quando perguntado, demonstrava a sabedoria dos anjos. Vivia alegre, entregue ao trabalho, penitência e à oração contemplativa. Os demais irmãos lhe dedicavam grande consideração. Quando atingiu a idade de quarenta e cinco anos, sua virtuosa vida chegou ao fim. Ele caiu gravemente enfermo, ficando entre a vida e a morte. Não conseguia beber nada, por outro lado, se recusava a receber tratamento com medicina terrena, confiando somente no médico celestial, Jesus Cristo, e na Sua abençoada Mãe. Ela milagrosamente o visitou e consolou, quando estava em oração se preparando para a morte. Acompanhada de três santas virgens e com uma grande multidão de anjos, se aproximou de sua cama. Ao vê-La, ele experimentou grande consolo e alegria de alma e de corpo, e lhe suplicou em nome de Jesus, que o levasse para a vida eterna, se tivesse este merecimento. Chamando-o por seu nome a Virgem Maria respondeu: 'Não temas, filho, que tua oração foi ouvida, e eu vim para te confortar antes de tua partida desta vida'". Assim frei Liberato ingressou na vida eterna , numa data incerta do século XIII. No século XV o culto à Liberto de Loro era tão vigoroso, que as terras dos Brunforte, recebeu autorização para se chamar São Liberato. Inclusive o novo convento construído por ocasião da sua morte, ao lado do antigo de Sofiano. E construíram também uma igreja para conservar as suas relíquias, atualmente Santuário de São Liberato. Porém, só no século XIX, após um complicado e atrapalhado processo de canonização, é que o seu culto foi reconhecido pelo Papa
Pio IX, que lhe deu a autorização canônica de ser chamado de Santo. A festa de Santo Liberato de Loro foi mantida na data tradicional de 06 de setembro, quando suas relíquias foram solenemente transferidas para o altar maior do atual Santuário de São Liberato, na sua terra natal.

02 setembro, 2009

A Mensagem nº 90 de 30 de Agosto de 2009







EVANGELHO – Mc 7,1-8.14-15.21-23




Naquele tempo, reuniu-se à volta de Jesus um grupo de fariseus e alguns escribas
que tinham vindo de Jerusalém. Viram que alguns dos discípulos de Jesus comiam
com as mãos impuras, isto é, sem as lavar.
– Na verdade, os fariseus e os judeus em geral não comem sem terem lavado
cuidadosamente as mãos, conforme a tradição dos antigos.
Ao voltarem da praça pública, não comem sem antes se terem lavado. E seguem muitos
outros costumes a que se prenderam por tradição,como lavar os copos, os jarros e as
vasilhas de cobre –.Os fariseus e os escribas perguntaram a Jesus: «Porque não seguem
os teus discípulos a tradição dos antigos,e comem sem lavar as mãos?»
Jesus respondeu-lhes:
«Bem profetizou Isaías a respeito de vós, hipócritas, como está escrito:‘Este povo honra-Me
com os lábios, mas o seu coração está longe de Mim.
É vão o culto que Me prestam, e as doutrinas que ensinam não passam de preceitos humanos’.
Vós deixais de lado o mandamento de Deus,para vos prenderdes à tradição dos homens».
Depois, Jesus chamou de novo a Si a multidão e começou a dizer-lhe:«Ouvi-Me e procurai
compreender. Não há nada fora do homem que ao entrar nele o possa tornar impuro.
O que sai do homem é que o torna impuro; porque do interior dos homens é que saem
os maus pensamentos: imoralidades, roubos, assassínios, adultérios, cobiças, injustiças,
fraudes, devassidão, inveja, difamação, orgulho, insensatez.
Todos estes vícios saem lá de dentro e tornam o homem impuro».

Reflectindo

ALGUMAS SUGESTÕES PRÁTICAS
PARA O 22º DOMINGO DO TEMPO COMUM
(adaptadas de “Signes d’aujourd’hui”)
1. A PALAVRA MEDITADA AO LONGO DA SEMANA.
Ao longo dos dias da semana anterior ao 22º Domingo do Tempo Comum, procurar
meditar a Palavra de Deus deste domingo. Meditá-la pessoalmente, uma leitura em
cada dia, por exemplo… Escolher um dia da semana para a meditação comunitária da
Palavra: num grupo da paróquia, num grupo de padres, num grupo de movimentos
eclesiais, numa comunidade religiosa… Aproveitar, sobretudo, a semana para viver
em pleno a Palavra de Deus.
2. BILHETE DE EVANGELHO.
Só Deus pode ver o coração, enquanto os homens, esses, vêem as aparências. É,
pois, com toda a confiança filial que podemos deixar Deus olhar-nos. Mas isso é
exigente para nós, porque todas as nossas palavras e todos os nossos gestos devem
estar em harmonia com o que o nosso coração quer exprimir. As nossas palavras e
orações devem ser a expressão do nosso amor filial e fraternal. A lei de Deus está
inscrita no nosso coração, conhecemos a sua vontade, sabemos muito bem o que Lhe
agrada: cabe a nós pormo-nos de acordo sobre os nossos comportamentos e sobre
esta vontade de Deus. Aliás, falta-nos pedir-Lhe: “Que a tua vontade seja feita!” Então,
talvez Deus dir-nos-á: “Honras-Me com os lábios, fazes a minha vontade, mas o teu
coração está longe de Mim”.
3. À ESCUTA DA PALAVRA.
Os escribas e fariseus tinham enchido a Lei de Moisés com tantas interpretações que
se acabou por sacralizá-la e torná-la intocável, sob o nome de “tradições dos antigos”.
A lei tinha-se tornado, em todos os detalhes da vida quotidiana, um fardo insuportável
denunciado pelo próprio Jesus. Assim, era contrário à tradição dos antigos comer sem
ter lavado as mãos. Regra de higiene elementar, sem dúvida, mas que se tinha
intitulado de “purificação”. Não se submeter a essa regra era tornar-se impuro aos
olhos de Deus! O que faziam precisamente alguns discípulos de Jesus. Jesus
aproveita para dar uma lição de moral… A palavra de Jesus tem todo o seu valor e
vigor. Quantas interpretações dadas em Igreja, ao longo dos séculos, que acabámos
por identificar com a Palavra de Deus! Multiplicaram-se leis, obrigações e proibições,
dizendo: “É a tradição!” Nem pensar em mudar uma vírgula das regras litúrgicas ou
morais! É, sem dúvida, uma atitude tranquilizadora, mas esconde muitas vezes medos
e inseguranças. É a mesma reacção que a dos escribas e dos fariseus! Ora, não é
protegendo a nossa fé com uma carapaça de leis que a tornamos mais sólida, mas por
uma escuta sem cessar nova daquilo que “o Espírito diz às Igrejas”. Mas é verdade
que o Espírito Santo sempre teve tendência para mexer com os homens e provocálos,
para fazê-los avançar para o grande largo! O Espírito de Jesus quer construir-nos
como seres vivos, com uma coluna vertebral interior e não com uma carapaça exterior,
para que possamos manter-nos de pé, como ressuscitados!

(In Página dos Dehonianos )

Para meditar


A paz perfeita

Havia um rei que ofereceu um grande prémio ao artista que fosse capaz de captar numa pintura a paz perfeita. Foram muitos os artistas que tentaram. O rei observou e admirou todas as pinturas, mas houve apenas duas de que ele realmente gostou e teve que escolher entre ambas.
A primeira era um lago muito tranquilo. Este lago era um espelho perfeito onde se reflectiam umas plácidas montanhasque o rodeavam. Sobre elas encontrava-se um céu muito azul com ténue nuvens brancas. Todos os que olharam para esta pintura pensaram que ela reflectia a paz perfeita. A segunda pintura também tinha montanhas. Mas estas eram escabrosas e estavam despidas de vegetação. Sobre elas havia um céu tempestuoso do qual se precipitava um forteaguaceiro com faíscas e trovões. Montanha abaixo parecia retumbar uma espumosa torrente de água. Tudo isto se revelava nada pacífico. Mas, quando o rei observou mais atentamente, reparou que atrás da cascata havia um arbusto crescendo de uma fenda na rocha. Neste arbusto encontrava-se um ninho. Ali, no meio do ruído da violenta camada de água, estava um passarinho placidamente sentado no seu ninho. Paz perfeita. Qual pensas que foi a pintura ganhadora? O rei escolheu a segunda. Sabes por quê?
"Porque", explicou o rei: "paz não significa estar num lugar sem ruídos, sem problemas, sem trabalho árduo ou sem dor." "Paz significa que, apesar de se estar no meio de tudo isso, permanecemos calmos no nosso coração.""Este é o verdadeiro significado da paz"
(autor desconhecido

Com Interesse



AS ORIGENS DO SANTO ROSÁRIO


Deus na obra de salvação dos homens quis associar a Si, como colaboradora Sua, uma Mulher: Nossa Senhora, que tem o grande privilégio de ser a Mãe de Deus, e também exercer por vontade do mesmo Deus, o papel de Cor redentora e Medianeira de todas as graças, a maior de todos os intercessores junto ao seu Filho Jesus, diante do trono da Santíssima Trindade.Como já dizia o maior Santo mariano, São Luís Maria Grignion de Montfort, falando da poderosa eficácia do Santo Rosário: "Ainda que estivésseis na beira do abismo, ainda que já tivésseis um pé no Inferno, ainda que tivésseis vendido vossa alma ao demónio, ainda que fôsseis um herege empedernido e obstinado, vós vos converteríeis mais cedo ou mais tarde e vos salvareis — desde que rezásseis todos os dias o Santo Rosário, devotamente, até a morte, para conhecer a verdade e obter a contrição e o perdão dos vossos pecadosO Santo Rosário na forma como é rezado hoje foi inspirado à Igreja e dado pela a Santíssima Virgem a São Domingos no ano de 1214 para converter os hereges albigenses e os pecadores, conforme relatou o Beato Alano de la Roche.São Domingos vendo que os pecados dos homens impediam a conversão dos hereges, entrou numa floresta próxima a Toulouse e lá passou três dias e três noites em contínua oração e penitência.Para acalmar a cólera de Deus, não cessava de gemer, de chorar e de macerar o corpo com golpes de disciplina, a ponto de cair esgotado.Nossa Senhora apareceu-lhe então, acompanhada de três Virgens do Céu, e lhe disse: "Se queres ganhar para Deus esses corações endurecidos, prega o meu Rosário".O Santo se levantou consoladíssimo e ardendo de zelo pela a salvação das almas, entrou na Catedral; imediatamente os sinos foram tocados por anjos para reunir os habitantes.No começo da pregação, ouve uma tempestade espantosa; a terra tremeu, o sol se escureceu, trovões e relâmpagos repetidos fizeram estremecer e empalidecer os ouvintes. Seu terror aumentou ainda mais quando viram uma imagem da Santíssima Virgem exposta em lugar de destaque, erguer os braços três vezes para o Céu para pedir vingança a Deus contra eles, se eles não se convertessem e não recorressem à protecção da Mãe de Deus.O Céu queria, com esses prodígios, promover a nova devoção ao Santo Rosário e torná-la mais conhecida.A tempestade cessou afinal, pelas orações de São Domingos. Este prosseguiu a pregação e explicou com tanto fervor e entusiasmo a excelência do Santo Rosário, que quase todos os habitantes de Toulouse o adoptaram e renunciaram a seus erros. Em pouco tempo, notou-se uma grande mudança nos costumes e na vida da cidade.O estabelecimento do Santo Rosário dessa forma prodigiosa nos faz recordar o modo como Deus promulgou sua Lei no Monte Sinai, e torna manifesta a excelência desta santa devoção.A devoção do Santo Rosário se conservou fervorosa até cerca de cem anos após a sua instituição. Depois, esteve quase sepultada no esquecimento. A malícia e a inveja do demónio com certeza contribuíram para tal esquecimento, e para que assim cessasse o fluxo das graças que o Santo Rosário trazia para o mundo.A Justiça divina castigou os reinos da Europa, a partir do ano 1349, com a mais terrível peste que jamais se vira. Surgida no Oriente, espalhou-se pela a Itália, Alemanha, França, Polónia, Hungria e devastou todas essas terras, de modo que de cem homens, somente um sobrevivia. As cidades, as aldeias e os mosteiros se despovoaram durante os três anos que durou a epidemia. E a esse flagelo de Deus ainda se seguiram outros.Quando pela misericórdia de Deus, tais misérias cessaram, a Santíssima Virgem ordenou ao Beato Alano de la Roche, célebre doutor e famoso pregador da Ordem dominicana, que restabelecesse a antiga Confraria do Santo Rosário.
Desde o estabelecimento do Santo Rosário por São Domingos, até 1460, quando o Beato Alano o restabeleceu por ordem do Céu, ele foi chamado o Saltério de Jesus e de Maria, porque contém 150 Ave Marias, o mesmo número dos Salmo de Davi.Depois disso, recebeu popularmente o nome de Rosário, que significa coroa de rosas. A Santíssima Virgem aprovou e confirmou esse nome, revelando a várias pessoas que elas lhe ofereciam tantas rosas agradáveis como quantas Ave Marias, e tantas coroas de rosas como quantos Rosários rezassem.As crónicas franciscanas contam que um jovem religioso tinha o louvável costume de rezar o terço diariamente, antes da refeição. Um dia, por uma razão qualquer, não o rezou, e quando tocou o sino para o jantar conseguiu do superior enviar um religioso para chamá-lo. Esse religioso o encontrou com a cela toda iluminada por uma luz celestial, e viu a Santíssima Virgem com dois anjos. À medida que o religioso rezava as Ave Marias, belas rosas saiam de sua boca e os anjos as iam pegando uma após outra e as colocavam sobra a cabeça da Virgem, que manifestava seu agrado.. Nossa Senhora só desapareceu quando o terço estava totalmente rezado.O Santo Rosário é, pois, uma grande coroa de rosas e o terço é um diadema, ou uma pequena coroa de rosas celestes que se põe sobre a cabeça de Jesus e de Maria.