29 maio, 2010

A Mensagem nº 129 de 29 de Maio de 2010


29 de Maio de 2010




A MÃE CAMINHA CONNOSCO


PELAS RUAS


DA NOSSA COMUNIDADE

VIRGEM MARIA E A SANTA ESCRAVIDÃO DO AMOR


O que é a Santa Escravidão de amor?


A total consagração à Nossa Senhora, ou a santa escravidão de amor é a entrega de tudo que somos e possuímos à Santíssima Virgem para que através dela possamos mais perfeitamente pertencer a Deus.
A finalidade desta total entrega a Nossa Senhora é nos unir a Jesus Cristo e nos fazer crescer em sua graça. Nos entregamos totalmente a Nossa Senhora para que ela nos ensine a cumprir em nossa vida a Santíssima vontade de Deus. São Luís Maria de Montfort chama a Santa Escravidão de Amor de “A Verdadeira Devoção”,simplesmente porque ela nos mostra quem é Nossa Senhora, qual seu lugar no plano de salvação e sua missão na vida da Igreja e de cada um de nós. A doutrina da Santa escravidão nos faz ver e compreender que Jesus nos deu Maria como verdadeira mãe, mestra e educadora, e ao mesmo tempo nos convida e nos faz lançar aos cuidados desta boníssima Senhora atendendo ao mandato de Jesus que olhando para nós nos diz: “Eis aí tua mãe”. Assim pela total consagração de nós mesmos à Santíssima Virgem estamos dizendo nosso sim a Jesus que no-la deu por mãe, a fim de que Ela nos ensine a fazer tudo que Ele mandou. Do ponto de vista pastoral a necessidade e eficácia da total consagração a Nossa Senhora são sempre actuais, uma vez que esta consagração e devoção não são mais que a perfeita renovação das promessas do nosso santo baptismo. De fato os concílios assim como muitos Papas falaram sobre a necessidade de se recordar os cristãos os votos de seu baptismo e de seu estado de pertença a Deus, assim pela Total Consagração, nós agora por nós mesmos, renovamos nossas promessas baptismais, recuperando a consciência de nosso estado de pertença a Deus. Tudo isso através de Maria, como quer Jesus, para que Ela nos ensine a sermos fiéis a nossa adesão a Cristo bem como da renúncia de todo mal. 2- O que acontece connosco, quando nos consagramos como Maria, Escravos por Amor? Nós confirmamos a soberania de Deus e da Santíssima Virgem em nossas vidas, entregando TUDO que somos e temos a Jesus pelas mãos de Maria. Aqui, TUDO quer dizer TUDO. Nosso corpo com todos os nossos bens materiais e nossa alma com todas as nossas riquezas espirituais, nossos pensamentos, nossos desejos e quereres. Assim, mesmo os méritos de nossas orações, sacrifícios e boas obras passam a pertencer a Maria Santíssima para que Ela possa usá-los como lhe aprouver. Pela Santa Escravidão de Amor passamos a não possuir mais nada. Tudo passa ser de Maria, para que deste modo tudo possa ser de Deus. Quando fazemos esta consagração e a vivemos obtemos um aumento admirável em nosso “Capital de Graças”, e por isso nos santificamos mais rapidamente e de maneira mais perfeita e segura. Com efeito, Maria Santíssima é um caminho fácil, curto, seguro e perfeito para nos unirmos a Jesus e crescermos em sua graça.
Santo Agostinho, diz que Maria é o molde de Cristo (forma DEI). Por sua vez, diz São Thomas de Aquino, que a nossa vida cristã consiste em refazer em nós a imagem e semelhança de Deus perdida pelo pecado, ou seja, devemos nos tornar semelhantes a Jesus em nossa maneira de ser, pensar e agir. Devemos imprimir em nossa alma a fisionomia de Nosso Senhor, para amar como Jesus amou, pensar como Jesus pensou, viver como Jesus viveu...etc. Para isto nada mais oportuno do que esta consagração, uma vez que Maria Santíssima é o grande molde no qual foi formado Jesus. Assim, todo aquele que se lançar e desmanchar dentro deste molde sairá com as feições de Jesus. A consagração é a maneira pela qual nos lançamos neste molde perfeito e a vivência dessa devoção é a maneira pela qual nos desmanchamos no mesmo molde, ou seja quando nos entregarmos totalmente a Maria, Ela nos ensinará a ser, pensar e viver como Jesus. 3- Quem pode fazer esta total consagração, e como fazê-la? Todos os que querem viver o seu baptismo podem e devem fazer esta consagração, ou seja, todos os que querem ser santos, que acreditam em Jesus Cristo e em toda sua doutrina, tal qual, nos transmite a Santa Igreja. Quem faz restrições a doutrina de Jesus Cristo ensinada pela Santa Igreja, ou quem não pode (ou não quer) viver em comunhão eucarística não pode fazer esta consagração. 4 – Como fazer esta consagração? Para se fazer esta consagração é necessário primeiro conhecê-la; lendo e estudando o Tratado da Verdadeira Devoção a Santíssima Virgem, escrito por São Luís de Montfort, e outros livros que falem sobre a Santa Escravidão, como “O Livro de Ouro ao Alcance de todos” ouvindo palestras e participando de encontros e retiros sobre o tema. Assim, após se ter consciência do que é esta Consagração e de como deve vivê-la pode se marcar uma data e fazer os exercícios preparatórios que durarão um mês. Estes exercícios são meditações diárias que podem ser encontradas no livro “Consagração a Nossa Senhora” de Dom Antônio Maria Alves de Siqueira. A seqüência de preparação é a seguinte:


I - Doze dias preliminares- Para desapego do espírito do mundo a aquisição do Espírito de Deus. Onde se medita nossa vocação à santidade, desprendendo-se de tudo que possa nos atrapalhar a sermos santos para irmos para o céu.
II - Primeira semana- Para o conhecimento de si mesmo. Trata-se de um período para fazermos um profundo exame de consciência a partir do que devemos nos aperfeiçoar, buscando em tudo sermos agradáveis a Deus.
III - Segunda semana- Para o conhecimento da Santíssima Virgem, de sua pessoa, sua missão, das graças das quais Ela é repleta, de suas sublimes virtudes, de seus privilégios, etc. De forma que conhecendo-a melhor, possamos amá-la mais e honrá-la como Ela merece ser honrada.
IV - Terceira semana- Para o conhecimento de Jesus Cristo nosso Fim Último, nosso Grande Deus e Senhor. Aqui devemos meditar no Mistério da vinda, da vida, paixão, morte e Glorificação de Jesus Cristo, o Filho de Deus. Devemos contemplar a encantadora vida de Jesus, sua pessoa e sua doutrina, para que assim possamos crer nele com profunda convicção, amá-lo com amor abrasado, de forma, a despertar em nós um grande desejo de fazê-lo conhecido, amado e adorado, por todos.
Durante esta preparação de um mês (ou 33 dias), faz-se uma confissão geral e no dia escolhido (de preferência uma festa Mariana) participasse do Santo Sacrifício da Missa e se recebe Jesus no Santíssimo Sacramento. Depois da Ação de Graças (e como Ação de Graças) se recita a fórmula da Consagração que deve estar previamente copiada (de preferência de próprio punho) e se assina. Quando o sacerdote tem conhecimento da consagração e apóia, pode-se pedir que ele assine a folha como diretor espiritual e abençoe as correntes (se forem ser utilizadas).
5- Como deve viver um consagrado e quais suas obrigações?
Prática interior – O essencial desta devoção consiste em fazer todas as coisas por Maria, com Maria, em Maria e para Maria, para mais perfeitamente fazê-las por Jesus, com Jesus, em Jesus e para Jesus. Viver num estado de abandono e confiança para com Nossa Senhora, confiando a ela todas as nossas necessidades, problemas, sofrimentos, alegrias, decisões, negócios... etc. Como uma criança pequenina, segurar nas mãos desta boa mãe e deixar-se conduzir por ela. Em tudo recorrer a Ela. Fazer tudo do jeito dela. Louvar a Deus e adorá-lo com o coração dela.
Práticas exteriores – Também devemos cantar as glórias de Maria, honrá-la com todo amor, anunciando sua dignidade e seus privilégios, ensinando a todos e em todo lugar o que é a verdadeira devoção a Ela.
Devemos contemplar os mistérios do Santo Rosário, participar de suas festas, inscrever-se em suas confrarias, fazer e renovar sempre a Consagração a Ela e levar as pessoas a fazerem o mesmo. Usar as pequenas cadeias de ferro ou correntes como sinal de nosso amor e de nossa consagração, etc. É preciso entretanto observar que estas práticas não são essenciais, mas são utilíssimas para exteriorizar nosso amor a Jesus e Maria e edificar nosso próximo.
6- A difusão e a prática generalizada da Santa Escravidão de Amor levará ao Triunfo da Santíssima Virgem, e ao reinado de Jesus.
Por fim, é importante lembrar que a Santa Escravidão de Amor, no pensamento e na doutrina de São Luís de Montfort, não é “mais uma devoção”, e muito menos “uma devoção qualquer”, é sim, o meio que a providência divina escolheu para estabelecer no mundo o triunfo de Maria e em conseqüência o reinado de Jesus. Se, portanto queremos que venha logo o prometido Triunfo do Coração de Maria e o Império de Jesus sobre toda humanidade, procuremos todos fazer, viver e propagar a Santa Escravidão de Amor.


Autor: Pe. Rodrigo Maria

Com Interesse


SANTUÁRIO DE FÁTIMA TEMA DO ANO 2010:
"Reparte com alegria,
como a Jacinta"

Pobreza e riqueza são temas recorrentes da comunicação social: na literatura, no cinema ou na informação dos períodos do Natal, do Verão, das épocas de lazer.
A literatura cor de rosa recorre ao mundo do sonho, onde milionários em grandes mansões e rodeados de luxo parecem os mais felizes, ou então, nos lugares mais paradisíacos, já não parecem criaturas deste mundo, mas semi-deuses inundados de felicidade.
Na literatura de viagens e nos documentários publicitários, a pobreza é espectáculo. Na Índia superpovoada, na selva sul-americana, no continente africano ou nas ruas escuras das metrópoles ocidentais onde as pequenas bolsas de miséria tendem a aumentar, há bons cenários para a fotografia artística, para as cores dramáticas ou para o refinado a preto e branco.
Os objectivos são variados, mas denotam uma relativização do essencial do ser humano; as abordagens desviam o olhar daquilo que ele é para aquilo que ele tem. Se o homem tem uma vida económica segundo os padrões da normalidade, passa despercebido; se é extremamente rico ou pobre – supermilionário ou miserável - tem tratamento noticioso.
Tornou-se lugar-comum a pergunta acerca das razões da pobreza e da miséria de uma parte significativa dos habitantes do planeta. Se há recursos para a humanidade inteira, por que razão se morre de fome? Será um problema de carácter administrativo ou uma incapacidade logística de organização para uma adequada distribuição? Será que a mesma humanidade que conseguiu progredir nas tecnologias e nas ciências, que debelou tantas doenças antes incuráveis, conquistou o espaço, explicou muitos mistérios da vida, não é capaz de levar uns camiões de arroz às zonas de fome? E, no que toca à pobreza espiritual, à solidão e abandono, indiferença e maus tratos? Não haverá solução no coração de uma humanidade dotada de consciência e razão?
Crescemos, mas ficámos crianças em humanidade; aumentou o cérebro, mas o coração ficou pequeno; construímos cidades, mas excluímos alguns para as selvas e as ruas sem-abrigo; criámos pão em abundância que mata uns de fartura e outros de fome; admitimos uns ao convívio feliz das nossas relações e deixamos outros às portas da solidão.
Entre os muitos problemas que afectam a humanidade, o da justiça e equidade na distribuição dos bens da terra, juntamente com o da partilha dos recursos espirituais, são, sem dúvida, dos mais importantes, que não se resolvem com leis adequadas, mesmo que elas sejam de suma importância. A outra parte está em cada pessoa, no modo como se encaram os bens, a vida e os outros; está no coração onde se jogam sentimentos e atitudes variadas, que vão do egoísmo e do ódio à dádiva e ao amor.
O Santuário de Fátima pretende, este ano de 2010, dar um contributo a todos os que se pretendem pôr a caminho na mudança cultural que se impõe. “Reparte com alegria, como a Jacinta” é a frase-chave, que encerra uma proposta de reflexão, oração, celebração e catequese a partir do décimo mandamento do Decálogo e do testemunho da Beata Jacinta Marto.
No mandamento que ordena “não cobiçar as coisas alheias” temos um sinal da pedagogia de Deus, que situa no interior do ser humano a origem de todos as tentações e males que nos afectam. O respeito pelos outros e por aquilo a que têm direito é regra de ouro da sã convivência, é preceito elementar da justiça. A mensagem cristã, no testemunho e nas palavras de Jesus quis explicitar este mandamento com as referências ao amor e à caridade até ao sacrifício de si mesmo.
Na vida da beata Jacinta Marto temos um dos mais belos exemplos de generosidade, amor e partilha. Jacinta vai ao essencial, pois partilha o que tem, mesmo que insignificante no seu valor material, e partilha o que é, num dom total de si mesma a Deus e ao próximo. É uma vida tocante pela sua autenticidade e mais ainda por provir de uma criança, tão pequena na idade e tão grande nos sentimentos. Belo testemunho a arrastar-nos para a cultura da vida como dom.
P. Virgílio Antunes, reitor do Santuário de Fátima(editorial da "Voz da Fátima" de 13 de Janeiro de 2010)

23 maio, 2010

A Mensagem nº 128 de 23 de Maio de 2010




EVANGELHO – Jo 20,19-23




Na tarde daquele dia, o primeiro da semana, estando fechadas as portas da casa onde os discípulos se encontravam, com medo dos judeus, veio Jesus, colocou-Se no meio deles e disse-lhes:
«A paz esteja convosco».
Dito isto, mostrou-lhes as mãos e o lado. Os discípulos ficaram cheios de alegria ao verem o Senhor. Jesus disse-lhes de novo:
«A paz esteja convosco.
Assim como o Pai Me enviou, também Eu vos envio a vós». Dito isto, soprou sobre eles e disse-lhes:
«Recebei o Espírito Santo: àqueles a quem perdoardes os pecados ser-lhes-ão perdoados; e àqueles a quem os retiverdes serão retidos



ALGUMAS SUGESTÕES
PRÁTICAS PARA
O DOMINGO DE PENTECOSTES

(adaptadas de “Signes d’aujourd’hui”


)
A PALAVRA MEDITADA AO LONGO DA SEMANA.
Ao longo dos dias da semana anterior ao Domingo de Pentecostes, procurar meditar a Palavra de Deus deste domingo. Meditá-la pessoalmente, uma leitura em cada dia, por exemplo… Escolher um dia da semana para a meditação comunitária da Palavra: num grupo da paróquia, num grupo de padres, num grupo de movimentos eclesiais, numa
comunidade religiosa… Aproveitar, sobretudo, a semana para viver em pleno a Palavra de Deus.
MANIFESTAR A DIVERSIDADE DAS LÍNGUAS.
Poderá ser interessante manifestar a diversidade das línguas durante a celebração. Se
houver comunidades estrangeiras na assembleia, pode-se pedir para preparar uma invocação para o momento penitencial, uma intenção da oração universal ou ainda uma curta acção de graças depois da comunhão… cada uma na própria língua.
ORAÇÃO NA LECTIO DIVINA.
Na meditação da Palavra de Deus (lectio divina), pode-se prolongar o acolhimento das
leituras com a oração.
No final da primeira leitura:
Deus criador, nós Te bendizemos pelo dom do teu Espírito, que Tu nos revelas como um sopro e um fogo e que concedes profusamente à tua Igreja e a cada um dos seus membros, nas nossas celebrações. Espírito Santo, nós Te pedimos: dá às Igrejas as línguas adaptadas para que elas possam fazer compreender a todos os povos as maravilhas de Deus.
No final da segunda leitura:
Pai santo, nós Te damos graças porque nos deste o teu Espírito. Ele faz de nós teus filhos e tuas filhas; movidos por Ele, nós Te gritamos “Abba”, Pai! Nós Te pedimos por todo o povo cristão: que cada um de nós se deixe conduzir pelo teu Espírito.
No final do Evangelho:
Nós Te bendizemos pelo teu Espírito de verdade, o defensor, que Tu nos enviaste e que está connosco para sempre. Nós Te damos graças pelo amor com que nos amas, a ponto de vir morar junto de nós. Erguemos para Ti as nossas mãos e Te pedimos: venha a nós o teu Espírito, Ele que falou pelos profetas; que Ele nos faça recordar todas as palavras do teu Filho.
BILHETE DE EVANGELHO.
Por vezes, é preciso coragem para dizer a verdade e para ser verdadeiro. Jesus sabia que os seus discípulos encontrariam muitos obstáculos para O testemunhar, Ele que é a Verdade. Então Ele promete um Defensor, Alguém que os inspirará, que lhes soprará as palavras que é preciso dizer, que respirará neles o sopro do amor, que os levará a agir em seu Nome, que os animará para fazer memória d’Ele. Este Defensor é o Espírito de Verdade, precisa Jesus, o seu Espírito. Será, pois, o seu modo de estar sempre com eles; assim, não nos deixa órfãos. São necessários sinais para manifestar esta presença do Espírito do ressuscitado. No Pentecostes, evoca-se o fogo, porque o Espírito Santo vai “queimar” a Igreja, a fim de que ela abrase o mundo para o aquecer e iluminar com o seu Amor… Evoca-se o vento, porque o Espírito vai soprar como uma tempestade e, então, transformar, refrescar… Evoca-se a multiplicidade das línguas, porque o Espírito é dado a todos numa Igreja que se diz universal… No Pentecostes, passa-se qualquer coisa. Mas o Pentecostes é hoje!

( In página dos Dehonianos)



Uma história sobre o verdadeiro amor







Um professor encontrou-se com um grupo de jovens que falava contra o casamento. Argumentavam que o que mantém um casal é o romantismo e que é preferível acabar com a relação quando este se apaga, em vez de se submeter à triste monotonia do matrimónio.O mestre disse que respeitava sua opinião mas contou-lhes a seguinte história:Meus pais viveram 55 anos casados. Numa manhã minha mãe descia as escadas para preparar o café e sofreu um enfarte. Meu pai correu até ela, levantou-a como pôde e quase se arrastando levou-a até ao carro.Conduziu a toda velocidade até o hospital, mas quando chegou, infelizmente ela já estava morta.Durante o velório, meu pai não falou. Ficava o tempo todo olhando para o nada. Quase não chorou. Eu e meus irmãos tentamos, em vão, quebrar a nostalgia recordando momentos engraçados.Na hora de sepultar minha Mãe , meu Pai, já mais calmo, passou a mão sobre o caixão e falou com sentida emoção:— Meus filhos, foram 55 bons anos...Ninguém pode falar do amor verdadeiro se não tem idéia do que é compartilhar a vida com alguém por tanto tempo.Fez uma pausa, enxugou as lágrimas e continuou:— Ela e eu estivemos juntos em muitas crises. Mudei de emprego, renovamos toda a mobília quando vendemos a casa e mudamos de cidade. Compartilhamos a alegria de ver nossos filhos concluírem a faculdade, choramos um ao lado do outro quando entes queridos partiam. Oramos juntos na sala de espera de alguns hospitais, nos apoiamos na hora da dor, trocamos abraços em cada Natal, e perdoamos nossos erros...Filhos, agora ela foi-se e estou contente. E vocês sabem por quê?Porque ela se foi antes de mim e não teve que viver a agonia e a dor de me enterrar, de ficar só depois da minha partida. Sou eu que vou passar por essa situação, e agradeço a Deus por isso.Eu amo-a tanto que não gostaria que sofresse assim...Quando meu pai terminou de falar, meus irmãos e eu estávamos com os rostos cobertos de lágrimas. Nós o abraçamos e ele nos consolava, dizendo: 'Está tudo bem, meus filhos, podemos ir para casa.E, por fim, o professor concluiu: Naquele dia entendi o que é o verdadeiro amor. Está muito além do romantismo, e não tem muito a ver com o erotismo, mas se vincula ao trabalho e ao cuidado a que se professam duas pessoas realmente comprometidas.Quando o mestre terminou de falar, os jovens universitários não puderam argumentar. Pois esse tipo de amor era algo que não conheciam. O verdadeiro amor revela-se nos pequenos gestos, dia-a-dia e por todos os dias. O verdadeiro amor não é egoísta, não é presunçoso, nem alimenta o desejo de posse sobre a pessoa amada.
Quem caminha sozinho pode até chegar mais rápido, mas aquele que vai acompanhado com certeza chegará mais longe

Com Interesse


SANTA MISSA
HOMILIA DO PAPA BENTO XVI (Avenida dos Aliados) Sexta-feira, 14 de Maio de 2010
Amados Irmãos e Irmãs,
Esta escrito no Livro dos Salmos: […] receba outro o seu cargo. E necessário, portanto, que […] um se torne connosco testemunha da ressurreição (Act 1, 20-22).Assim falou Pedro, lendo e interpretando a palavra de Deus no meio de seus irmãos, reunidos no Cenáculo depois da Ascensão de Jesus ao Céu. O escolhido foi Matias, que tinha sido testemunha da vida publica de Jesus e do seu triunfo sobre a morte, permanecendo-Lhe fiel ate ao fim, não obstante a debandada de muitos. A desproporção de forças em campo, que hoje nos espanta, já hà dois mil anos admirava os que viam e ouviam a Cristo. Era Ele apenas, das margens do Lago da Galileia as praças de Jerusalém, so ou quase so nos momentos decisivos: Ele em união com o Pai, Ele na força do Espírito. E todavia aconteceu que por fim, pelo mesmo amor que criou o mundo, a novidade do Reino surgiu como pequena semente que germina na terra, como centelha de luz que irrompe nas trevas, como aurora de um dia sem ocaso: E Cristo
ressuscitado. E apareceu aos seus amigos, mostrando-lhes a necessidade da cruz para chegar a ressurreição.
Uma testemunha de tudo isto, procurava Pedro naquele dia. Apresentadas duas, o Ceu designou Matias, que foi agregado aos onze Apóstolos (Act 1, 26). Hoje celebramos a sua memoria gloriosa nesta Cidade Invicta, que se vestiu de festa para acolher o Sucessor de Pedro. Dou graças a Deus por me trazer ate ao vosso meio, encontrando-vos a volta do altar. A minha cordial saudação para vos, irmãos e amigos da cidade e diocese do Porto, vindos da província eclesiástica do norte de Portugal e mesmo da vizinha Espanha, e quantos mais estão em comunhão física ou espiritual com esta nossa assembleia litúrgica. Saúdo o Senhor Bispo do Porto, Dom Manuel Clemente, que
desejou com grande solicitude a minha visita, me acolheu com grande afecto e se fez interprete dos vossos sentimentos no inicio desta Eucaristia. Saúdo seus Predecessores e demais Irmãos no episcopado, os sacerdotes, os consagrados e consagradas, e os fieis leigos, com um pensamento particular para quantos estão envolvidos na dinamização da Missão Diocesana e, mais concretamente, na preparação desta minha Visita. Sei que a mesma pode contar com a real colaboração do Presidente da Cámara do Porto e de outras Autoridades públicas, muitas das quais me honram com a sua presença, aproveitando este momento para as saudar e lhes desejar, a elas e a quantos representam e servem, os melhores sucessos a bem de todos. É necessário que um se torne connosco testemunha da ressurreição: dizia Pedro. E o seu Sucessor actual repete a cada um de vós: Meus irmãos e irmãs, e necessário que vos torneis comigo testemunhas da ressurreição de Jesus. Na realidade, se não fordes vos as suas testemunhas no próprio ambiente, quem o será em vosso lugar? O cristão é, na Igreja e com a Igreja, um missionário de Cristo enviado ao mundo. Esta é a missão inadiável de cada comunidade eclesial: receber de Deus e oferecer ao mundo Cristo ressuscitado, para que todas as situações de definhamento e morte se transformem, pelo Espírito, em ocasiões de crescimento e vida. Para isso, em cada celebração eucarística, ouviremos mais atentamente a Palavra de Cristo e saborearemos assiduamente o Pão da sua presença. Isto fará de nos testemunhas e, mais ainda, portadores de Jesus ressuscitado no mundo, levando-O para os diversos sectores da sociedade e quantos neles vivem e trabalham, irradiando aquela vida em abundância (Jo, 10, 10) que Ele nos ganhou com a sua cruz e ressurreição e que sacia os mais legítimos anseios do coração humano. Nada impomos, mas sempre propomos, como Pedro nos recomenda numa das suas cartas: Venerai Cristo Senhor em vossos corações, prontos sempre a responder a quem
quer que seja sobre a razão da esperança que há em vós (1 Ped 3, 15). E todos afinal no-la pedem, mesmo quem pareça que não. Por experiencia própria e comum, bem sabemos que e por Jesus que todos esperam. De facto, as expectativas mais profundas do mundo e as grandes certezas do Evangelho cruzam-se na irrecusável missão que nos
compete, pois sem Deus, o ser humano não sabe para onde ir e não consegue sequer compreender quem seja. Perante os enormes problemas do desenvolvimento dos povos, que quase nos levam ao desanimo e a rendição, vem em nosso auxilio a palavra do Senhor Jesus Cristo que nos torna cientes deste dado fundamental: “Sem Mim, nada
podeis fazer” (Jo 15, 5), e encoraja: “Eu estarei sempre convosco ate ao fim do mundo” (Mt 28, 20) (Bento XVI, Enc. Caritas in veritate, 78). Mas, se esta certeza nos consola e tranquiliza, não nos dispensa de ir ao encontro dos
outros. Temos de vencer a tentação de nos limitarmos ao que ainda temos, ou julgamos ter, de nosso e seguro: seria morrer a prazo, enquanto presença de Igreja no mundo, que aliás só pode ser missionaria, no movimento expansivo do Espírito. Desde as suas origens, o povo cristão advertiu com clareza a importância de comunicar a Boa Nova de
Jesus a quantos ainda não a conheciam. Nestes últimos anos, alterou-se o quadro antropológico, cultural, social e religioso da humanidade; hoje a Igreja e chamada a enfrentar desafios novos e esta pronta a dialogar com culturas e religiões diversas, procurando construir juntamente com cada pessoa de boa vontade a pacifica convivência dos povos. O campo da missão das gentes apresenta-se hoje notavelmente alargado e não definível apenas segundo considerações geográficas; realmente aguardam por nós não apenas os povos não-cristãos e as terras distantes, mas também os âmbitos sócio-culturais e sobretudo os corações que são os verdadeiros destinatários da actividade missionaria do povo de Deus. Trata-se de um mandato cuja fiel realização deve seguir o mesmo caminho de Cristo: o
caminho da pobreza, da obediência, do serviço e da imolação própria ate a morte, de que Ele saiu vencedor pela sua ressurreição . Sim! Somos chamados a servir a humanidade do nosso tempo, confiando unicamente em Jesus, deixando-nos iluminar pela sua Palavra: Não fostes vós que Me escolhestes; fui Eu que vos escolhi e destinei, para que vades e deis fruto e o vosso fruto
permaneça (Jo 15, 16). Quanto tempo perdido, quanto trabalho adiado, por inadvertência deste ponto! Tudo se define a partir de Cristo, quanto a origem e a eficácia da missão: a missão recebemo-la sempre de Cristo, que nos deu a conhecer o que ouviu a seu Pai, e somos nela investidos por meio do Espírito na Igreja. Como a própria Igreja, obra de Cristo e do seu Espírito, trata-se de renovar a face da terra a partir de Deus, sempre e so de Deus! Queridos irmãos e amigos do Porto, levantai os olhos para Aquela que escolhestes como padroeira da cidade, Nossa Senhora da Conceição. O Anjo da anunciação saudou Maria como cheia de graça, significando com esta expressão que o seu coração e a sua vida estavam totalmente abertos a Deus e, por isso, completamente invadidos pela sua graça.
Que Ela vos ajude a fazer de vos mesmos um ≪sim≫ livre e pleno a graça de Deus, para poderdes ser renovados e renovar a humanidade pela luz e a alegria do Espírito Santo.