21 fevereiro, 2010

A Mensagem nº 115 de 21 de Fevereiro de 2010




EVANGELHO Lc 4, 1-13










Naquele tempo, Jesus, cheio do Espírito Santo, retirou-Se das margens do Jordão. Durante quarenta dias,
esteve no deserto, conduzido pelo Espírito, e foi tentado pelo diabo. Nesses dias não comeu nada e, passado esse tempo, sentiu fome. O diabo disse-lhe: «Se és Filho de Deus, manda a esta pedra que se transforme em pão». Jesus respondeu-lhe: «Está escrito: 'Nem só de pão vive o homem'». O diabo levou-O a um lugar alto
e mostrou-Lhe num instante todos os reinos da terra e disse-Lhe: «Eu Te darei todo este poder e a glória destes reinos, porque me foram confiados e os dou a quem eu quiser. Se Te prostrares diante de mim, tudo será teu». Jesus respondeu-lhe: «Está escrito: 'Ao Senhor teu Deus adorarás, só a Ele prestarás culto'».
Então o demónio levou-O a Jerusalém, colocou-O sobre o pináculo do Templo e disse-Lhe: «Se és Filho de Deus, atira-Te daqui abaixo, porque está escrito: 'Ele dará ordens aos seus Anjos a teu respeito, para que Te guardem'; e ainda: 'Na palma das mãos te levarão, para que não tropeces em alguma pedra'». Jesus respondeu-lhe: «Está mandado: 'Não tentarás o Senhor teu Deus'». Então o diabo, tendo terminado toda a espécie de tentação, retirou-se da presença de Jesus, até certo tempo.



Quaresma:
Papa condena
injustiça e indiferença


Mensagem fala na ilusão da «auto-suficiência» do ser humano e da necessidade de Deus
Bento XVI manifesta-se na sua mensagem para a Quaresma 2010 contra a “indiferença” que hoje “condena centenas de milhões de seres humanos à morte por falta de alimentos, de água e de medicamentos”.
O Papa convida os cristãos de todo o mundo a “contribuir para a formação de sociedades justas, onde todos recebem o necessário para viver segundo a própria dignidade de homem”.
O texto apresenta uma reflexão sobre os conceitos de justiça e injustiça, assinalando que “aquilo de que o homem mais precisa não lhe pode ser garantido por lei”.
“Para gozar de uma existência em plenitude, precisa de algo mais íntimo que lhe pode ser concedido somente gratuitamente: poderíamos dizer que o homem vive daquele amor que só Deus lhe pode comunicar, tendo-o criado à sua imagem e semelhança”, indica o Papa.
Bento XVI admite que os bens materiais são úteis, lembrando que “o próprio Jesus se preocupou com a cura dos doentes, em matar a fome das multidões que o seguiam”, mas sublinha que “a justiça distributiva não restitui ao ser humano” tudo que lhe é devido.
“Como e mais do que o pão, de facto, ele precisa de Deus”, assinala.
Noutra passagem da mensagem, o Papa reflecte sobre a “origem do mal”, contestando quem a procura “individuar numa causa exterior”.
“Muitas das ideologias modernas, a bem ver, têm este pressuposto: visto que a injustiça vem ‘de fora’, para que reine a justiça é suficiente remover as causas externas que impedem a sua actuação”, alerta.
Citando o Evangelho, Bento XVI diz que esta maneira de pensar “é ingénua e míope”. “A injustiça, fruto do mal, não tem raízes exclusivamente externas; tem origem no coração do homem, onde se encontram os germes de uma misteriosa conivência com o mal”, prossegue.
Neste contexto, observa o Papa, é necessário “sair da ilusão de auto-suficiência, do estado profundo de fecho, que é a própria origem da injustiça”. O ser humano, escreve, “precisa de um Outro para ser plenamente si mesmo”.
“Converter-se a Cristo, acreditar no Evangelho, no fundo significa precisamente isto: sair da ilusão da auto-suficiência para descobrir e aceitar a própria indigência – indigência dos outros e de Deus, exigência do seu perdão e da sua amizade”, acrescenta.
Bento XVI afirma que a “fé não é um facto natural, cómodo, óbvio”, pelo que “é necessário humildade para aceitar que se precisa que um Outro me liberte”.
Em conclusão, o Papa deixa votos de que a Quaresma - os 40 dias de preparação para a Páscoa - “seja para cada cristão tempo de autêntica conversão e de conhecimento intenso do mistério de Cristo, que veio para realizar a justiça”.

Pai e Filho


Era uma vez um rapaz que ia muito mal na escola. Suas notas e o comportamento eram uma decepção para seus pais que, como bons cristãos, sonhavam vê-lo formado e bem sucedido. Um belo dia, o pai propôs-lhe um acordo:Se tu meu filho, mudares o comportamento, se te dedicares aos estudos e conseguir ser aprovado para a Faculdade de Medicina, dar-te-eii então um carro de presente. Por causa do carro, o rapaz mudou da água para o vinho. Passou a estudar como nunca e a ter um comportamento exemplar. O pai estava feliz, mas tinha uma preocupação.Sabia que a mudança do rapaz não era fruto de uma conversão sincera, mas apenas do interesse em obter o automóvel. Isso era mau! O rapaz seguia os estudos e aguardava o resultado de seus esforços. Assim, o grande dia chegou! fora aprovado pra o curso de Medicina.
Como havia prometido, o pai convidou a família e os amigos para uma festa de comemoração.O rapaz tinha a certeza que na festa o pai lhe daria o automóvel.Quando pediu a palavra, o pai elogiou o resultado obtido pelo filho e passou-lhe para as mãos uma caixa de presente. Crendo que ali estavam as chaves do carro, o rapaz abriu emocionado o pacote. Para sua surpresa, o presente era uma Bíblia. O rapaz ficou visivelmente decepcionado e nada disse. A partir daquele dia, o silencio e distancia separavam pai e filho. O jovem sentia-se traído, e agora, lutava por ser independente.Deixou a casa dos pais e foi morar na residência da Universidade. Raramente mandava noticias à família. O tempo passou, ele formou-se, conseguiu um emprego num bom hospital e esqueceu-se completamente do pai. Todas as tentativas do pai para reatar os laços foram em vão. Ate que um dia o velho, muito triste com a situação, adoeceu e não resistiu. Faleceu. No enterro, a mãe entregou ao filho, indiferente, a Bíblia que tinha sido o ultimo presente do pai e que ele tinha deixado para trás. De volta a sua casa, o rapaz, que nunca perdoara o pai, ao colocar o livro numa estante, notou que havia um envelope dentro dele. Ao abri-lo, encontrou uma carta e um Cheque.A carta dizia:"Meu querido filho, sei o quanto desejas ter um carro. Eu prometi e aqui esta o cheque para ti , escolhe aquele que mais te agradar. No entanto, fiz questão de te dar um presente ainda melhor: A Bíblia Sagrada. Nela aprenderás o Amor de Deus e a fazer o bem, Não pelo prazer de recompensa, mas pela gratidão e pelo dever de consciência." Chorando de remorso, o filho caiu em profundo pranto.

Como é triste a vida dos que não sabem perdoar. Isto leva a erros terríveis e a um fim ainda pior. Antes que seja tarde, perdoa áquele a quem pensas ter feito mal. Talvez se olhares com cuidado, vais ver que ha também um "cheque escondido" em todas as adversidades da vida

Com Interesse


História e espiritualidade

da Quaresma


A Quaresma é, no Ano Litúrgico, o tempo preparatório da Páscoa, a grande celebração do mistério da Salvação pela morte e ressurreição de Jesus Cristo. Na actual disciplina litúrgica, vai da Quarta-Feira de Cinzas até Quinta-Feira Santa, excluindo a Missa da Ceia do Senhor, que já pertence ao Tríduo Pascal.
Inicialmente durava 3 semanas, mas depois, em Roma, foi alargada a 6 semanas (40 dias), com início no actual I Domingo da Quaresma (na altura denominado Quadragesima die, entenda-se 40.º dia anterior à Páscoa).
O termo Quadragesima (a nossa "Quaresma") passou depois a designar a duração dos 40 dias evocativos do jejum de Jesus no deserto a preparar-se para a vida pública. Como, tradicionalmente, aos Domingos nunca se jejuou, foi necessário acrescentar alguns dias para se perfazerem os 40. Daí a antecipação do início da Quaresma para a Quarta-Feira de Cinzas.
A cinza recorda o que fica da queima ou da corrupção das coisas e das pessoas. Este rito é um dos mais representativos dos sinais e gestos simbólicos do caminho quaresmal.
Nos primeiros séculos, apenas cumprem este rito da imposição da cinza os grupos de penitentes ou pecadores que querem receber a reconciliação no final da Quaresma, na Quinta-feira Santa, às portas da Páscoa. Vestem hábito penitencial, impõem cinza na sua própria cabeça, e desta forma apresentam-se diante da comunidade, expressando a sua vontade de conversão.
A partir do século XI, quando desaparece o grupo de penitentes como instituição, o Papa Urbano II estendeu este rito a todos os cristãos no princípio da Quaresma. As cinzas, símbolo da morte e do nada da criatura em relação a seu Criador, obtêm-se por meio da queima dos ramos de palmeiras e de oliveiras abençoados no ano anterior, na celebração do Domingo de Ramos.
Este Domingo dá início à Semana Santa, que conclui a Quaresma e tem como finalidade a veneração da Paixão de Cristo a partir da sua entrada messiânica em Jerusalém.
Uma prática penitencial preparatória para a Páscoa, com jejum, começou a surgir a partir de meados do século II; outras referências a um tempo pré-pascal aparecem no Oriente, no início do século IV, e no Ocidente no final do mesmo século.
Nos primeiros tempos da Igreja, durante esse período, estavam na fase final da sua preparação os catecúmenos que, durante a vigília pascal, haveriam de receber o Baptismo. Por volta do século IV, o período quaresmal caracterizava-se como tempo de penitência e renovação interior para toda a Igreja. Tradicionalmente, a Igreja recomenda as práticas da oração, o jejum e a esmola.
Na Liturgia, este tempo é marcado por paramentos e vestes roxas, pela omissão do "Glória" e do "Aleluia" na celebração da Missa.