19 março, 2010

A Mensagem nº 119 de 21 de Março de 2010







EVANGELHO Jo 8,1-11













Naquele tempo, Jesus foi para o Monte das Oliveiras.
Mas de manhã cedo, apareceu outra vez no templo e todo o povo se aproximou d'Ele. Então sentou-Se e começou a ensinar. Os escribas e os fariseus apresentaram a Jesus uma mulher surpreendida em adultério,
colocaram-na no meio dos presentes e disseram a Jesus: «Mestre, esta mulher foi surpreendida em flagrante adultério. Na Lei, Moisés mandou-nos apedrejar tais mulheres. Tu que dizes?».
Falavam assim para Lhe armarem uma cilada e terem pretexto para O acusar.
Mas Jesus inclinou-Se e começou a escrever com o dedo no chão.
Como persistiam em interrogá-l'O, ergueu-Se e disse-lhes:
«Quem de entre vós estiver sem pecado atire a primeira pedra».
Inclinou-Se novamente e continuou a escrever no chão. Eles, porém, quando ouviram tais palavras,
foram saindo um após outro, a começar pelos mais velhos,e ficou só Jesus e a mulher, que estava no meio.
Jesus ergueu-Se e disse-lhe:
«Mulher, onde estão eles? Ninguém te condenou?».
Ela respondeu: «Ninguém, Senhor».
Disse então Jesus: «Nem Eu te condeno.
Vai e não tornes a pecar»



ALGUMAS SUGESTÕES PRÁTICAS
PARA O 5º DOMINGO DA QUARESMA
(adaptadas de “Signes d’aujourd’hui”)
A PALAVRA MEDITADA AO LONGO DA SEMANA.



Ao longo dos dias da semana anterior ao 5º Domingo da Quaresma, procurar meditar a Palavra de Deus deste domingo. Meditá-la pessoalmente, uma leitura em cada dia, por exemplo… Escolher um dia da semana para a meditação comunitária da Palavra: num grupo da paróquia, num grupo de padres, num grupo de movimentos eclesiais, numa comunidade religiosa… Aproveitar, sobretudo, a semana para viver em pleno a Palavra de Deus.
O APELO A PORMO-NOS DE PÉ.
Depois do apelo à paciência (3º domingo) e o apelo à misericórdia (4º domingo), eis, neste 5º domingo da Quaresma, o apelo a pormo-nos de pé e a viver de maneira diferente: “vai e não tornes a pecar”. O momento penitencial pode realçar este dinamismo de conversão.
ORAÇÃO NA LECTIO DIVINA.
Na meditação da Palavra de Deus (lectio divina), pode-se prolongar o acolhimento das leituras com a oração.
No final da primeira leitura:
Pai do teu Povo, nós Te damos graças pela tua obra criadora, renovada sem cessar, e pelos germes do mundo novo que o mistério da Páscoa nos revela. Nós Te pedimos pelos candidatos ao baptismo, adultos, jovens e crianças, e pelas comunidades, os padrinhos/madrinhas e os pais que os preparam.
No final da segunda leitura:
Cristo Jesus, Tu que Te deste a conhecer ao apóstolo Paulo e o agarraste a ponto de ele Te preferir a todas as riquezas da terra e Te reconheceu como a única vantagem válida, nós Te bendizemos. Nós Te pedimos pelos doentes e pelas vítimas de todas as espécies de sofrimentos.
Que a revelação da tua Paixão os mantenha na esperança da ressurreição e da vida do mundo que há-de vir.
No final do Evangelho:
Pai, bendito sejas pela mensagem de perdão, a palavra de reconciliação e o apelo à esperança que nos fizeste ouvir enviando-nos o teu Filho. Nós Te pedimos por todas as nossas comunidades que celebram a reconciliação nestes dias. Que o teu perdão nos renove e nos reconcilie entre nós.
BILHETE DE EVANGELHO.
Jesus é posto face à Lei e, ao mesmo tempo, face a uma mulher. A Lei é clara: esta mulher, apanhada em flagrante delito de adultério, deve ser delapidada. Jesus não rejeita a Lei, pede somente aos escribas e fariseus para a colocar em prática, com a condição de começarem a ter um olhar sobre a própria vida antes de olhar a mulher e de a condenar. Os detractores acabam por se condenar a si mesmos e retiram-se, reconhecendo-se pecadores, a começar pelos mais velhos… Quanto a Jesus, que não tem pecado, podia lançar a pedra. Não o faz. Ele veio para salvar, não para condenar. Pedindo à mulher para não voltar a pecar, dá-lhe nova oportunidade. Para Jesus, ela não é apenas uma mulher adúltera, ela é capaz de outra coisa. Oferecendo-lhe a sua graça, agraciou também os escribas e os fariseus, colocando-os num caminho de conversão, eles que tinham aberto os olhos não somente sobre a mulher, mas sobre si próprios.
ORAÇÃO EUCARÍSTICA.
Sugere-se a Oração Eucarística I das Missas da Reconciliação.
PALAVRA PARA O CAMINHO…
A mulher adúltera… “Esta mulher foi apanhada em flagrante delito de adultério…”“Aquela martirizou o seu filho…” “Aquela deixou-o morrer de fome…” “Aquela outra…”…e as nossas mãos já estão cheias de pedras para a lapidar. Esta semana, a convite de Jesus, comecemos por olhar onde se situa o nosso pecado… De seguida, em relação a todas estas mulheres de hoje condenadas sem apelo, abramos o nosso coração à compreensão… à misericórdia… e talvez ao apoio na sua angústia.




(In Página dos Dehonianos)



O MONGE E A PROSTITUTA

Vivia um monge num lugar distante
Na casa em frente, morava uma prostituta. Observando a quantidade de homens que a visitavam, o monge resolveu chamá-la.
Você é uma grande pecadora - repreendeu-a. Desrespeita Deus todos os dias e todas as noites. Será que você não consegue parar e reflectir sobre a sua vida depois da morte?
A pobre mulher ficou muito abalada com as palavras do monge; com sincero arrependimento rezou a Deus, implorando perdão. Pediu também que o Todo-Poderoso a fizesse encontrar uma nova maneira de ganhar o seu sustento.
Mas não encontrou nenhum trabalho diferente. E, após uma semana passando fome, voltou a prostituir-se. Mas, cada vez que entregava seu corpo a um estranho, rezava e pedia perdão.
O monge, irritado porque seu conselho não produzira nenhum efeito, pensou consigo mesmo: "A partir de agora vou contar quantos homens entram naquela casa - até o dia da morte desta pecadora."
E desde esse dia, ele não fazia outra coisa a não ser vigiar a rotina da prostituta: e por cada homem que entrava, colocava uma pedra num monte.
Passado algum tempo, o monge tornou a chamar a prostituta e disse-lhe:
Vê esse monte? Cada pedra dessas representa um dos pecados morais que você cometeu, mesmo depois de minhas advertências. Agora torno a dizer: cuidado com as más ações!
A mulher começou a tremer, percebendo como se avolumavam seus pecados. Voltando para casa, derramou lágrimas de sincero arrependimento, rezando:
Ó Senhor, quando Vossa misericórdia me irá livrar desta miserável vida que levo?
Sua prece foi ouvida. Naquele mesmo dia, o anjo da morte passou por sua casa e levou-a. Por vontade de Deus, o anjo atravessou a rua e também carregou o monge consigo.
A alma da prostituta subiu imediatamente ao céu, enquanto os demónios levaram o monge ao inferno. Ao cruzarem-se no meio do caminho, o monge viu o que estava acontecendo, e clamou:
Ó Senhor, essa é a Tua justiça? Eu, que passei a minha vida em devoção e pobreza, agora sou levado ao inferno, enquanto essa prostituta, que viveu em constante pecado, está subindo ao céu!
Ouvindo isso, um dos anjos respondeu:
São sempre justos os desígnios de Deus.
Você achava que o amor de Deus se resumia a julgar o comportamento do próximo. Enquanto você enchia seu coração com a impureza do pecado alheio, esta mulher rezava fervorosamente dia e noite.
A alma dela ficou tão leve depois de chorar que podemos levá-la até o paraíso.
A sua alma ficou tão carregada de pedras que não conseguimos fazê-la subir até o alto.

Com Interesse




Ó tu que foste surpreendida em flagrante adultério,que não só perdeste publicamente a honra,como estavas prestes a perder a vida pela mão dos escribas e fariseus,como conseguiste deteriorar a beleza da tua dignidade, da tua humanidade?Diz-nos! Alerta-nos!Apresentaram-te a Jesus para armar uma cilada e ter um pretexto para acusá-lo. Diante de ti, Ele se inclinou e começou a escrever. Estavas à espera da tua condenação, mas Ele te surpreendeu, a ti e à multidão, quando disse: “Quem de entre vós estiver sem pecado atire a primeira pedra”. O que entendeste desta palavra? Ensina-nos!Ao ouvirem tais palavras,os que queriam a tua condenação foram saindo um após outro,a começar pelos mais velhos,e ficaste a sós com Jesus.Ele perguntou onde estavam eles,se eles te tinham condenado…respondeste que ninguém o tinha feito.Então Jesus, na sua misericórdia,deu-te um juízo de absolvição:“Nem eu te condeno. Vai e não tornes a pecar”.Como te sentiste? Comunica-nos!Ó tu, a miséria humana, a quem Jesus, a misericórdia, restitui a beleza perdida da tua dignidade, és sinal que todos valemos mais, infinitamente mais, do que o nosso pecado. Por ti, temos confiança! Não há qualquer situação irremediavelmente destruída. Alerta-nos! Ensina-nos! Comunica-nos como é a misericórdia do Senhor.

Inspirado do Evangelho segundo S. João 8, 1-11
e da homilia de D. António Marto, Bispo de Leiria-Fátima 13/10/2006