16 maio, 2009

A Mensagem nº 74 de 17 de Maio de 2009


EVANGELHO Jo 15, 9-17

Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: «Assim como o Pai Me amou, também Eu vos amei. Permanecej no meu amor. Se guardardes os meus mandamentos, permanecereis no meu amor, assim como Eu tenho guardado os mandamentos de meu Pai e permaneço no seu amor. Disse-vos estas coisas, para que a minha alegria esteja em vós e a vossa alegria seja completa. E este o meu mandamento:
que vos ameis uns aos outros, como Eu vos amei. Ninguém tem maior amor do que aquele que dá a vida pelos amigos. Vós sois meus amigos, se fizerdes o que Eu vos mando. Já não vos chamo servos, porque o servo não sabe o que faz o seu senhor; mas chamo-vos amigos, porque vos dei a conhecer tudo o que ouvi a meu Pai. Não fostes vós que Me escolhestes; fui Eu que vos escolhi e destinei, para que vades e deis fruto e o vosso fruto permaneça. E assim, tudo quanto pedirdes ao Pai em meu nome, Ele vo-lo concederá. O que vos mando é que vos ameis uns aos outros».

A Palavra





Nos dias de hoje, a palavra amor pode confundir-se nas nossas mentes, uma vez que há tantas formas de amar: desde o simples desejo de amar ao amor desinteressado; do amor materialista ao mais espiritual; do amor a si mesmo… O convite é a andarmos mais além: as palavras que Jesus dirige aos seus discípulos são palavras dirigidas também a nós, ao nosso tempo. Por iniciativa de Deus que imprimiu e fez sentir o amor ao longo da história humana é o mesmo amor concretizado em Jesus que nos deixa o seu mandamento: continuar a amar à maneira de Deus, como Ele amou, até ao dom total de si mesmo.
Jesus sabe que dentro de nós, trazemos uma grande necessidade de amor: necessidade de sermos acolhidos como somos, de nos perdermos nos braços da ternura quando estamos longe de casa, de sermos acompanhados com estima e simpatia principalmente quando caminhamos nas perigosas encruzilhadas da vida; necessidade de autêntico afecto, sem medida e sem interesse. Unirmo-nos a Ele, no amor do Pai, é permancermos unidos à videira, à vida que nos unifica por dentro, que sacia a nossa sede e fome de verdade e justiça.
Hoje permaneçerei no sorriso que faço, na escuta atenta das alegrias e tristezas das pessoas que comigo se encontram; hoje permaneçerei na serenidade do diálogo e na partilha da vida que me habita.
Hoje, apostarei numa presença que irradia alegria. Farei de cada instante, não um momento de alegria vã, ilusória e baloufa que derivam do egoísmo e da procura do próprio interesse, mas um momento de manifestação de Deus.
Já não vos chamo servos, porque o servo não sabe o que faz o seu senhor; mas chamo-vos amigos, porque vos dei a conhecer tudo o que ouvi a meu Pai.
Não somos servos ao serviço de um patrão, que não conhecem o projecto ou só externamente o sabem e limitam-se a executar ordens. Somos amigos, confidentes, que vivemos a comunhão de vida e partilha de projectos. Jesus chama-nos amigos porque nos revelou o projecto do Pai e nos chama a colaborar com Ele na realização do mesmo. O amigo não pede o que não dá primeiro, não manda sem que não tenha feito a experiência. Olhando para Jesus conhecemos o Caminho da verdadeira relação com Deus e entre nós.
O que Vos mando é que vos ameis uns aos outros.
O amor é dado de mãos cheias para que cada um de nós encontre em Jesus a plenitude da vida.
«O amor de Deus não conhece limites e confins de qualquer espécie, mas supera o tempo e espaço. Ultrapassa qualquer barreira de raça, de cultura, de nação e de fé. O amor é eterno: tudo passa, mesmo a esperança e a fé, mas o amor permanece sempre. Nem mesmo a morte o pode apagar, pois este é mais forte que ela.»
O convite é sempre antigo e sempre novo: viver a partir do Amor. A capacidade de olhar o outro/ o irmão nos olhos e dizer-lhe «Quero-te bem» mesmo quando não estamos de acordo sobre pensamentos e modos de fazer, é sinal de quanto nos sentimos amados.
Amar, é capacidade de sairmos dos nossos esquemas e dos nossos pontos de vista… amar é procurar e desejar o bem do outro. É uma experiência que nos leva a transformar os inimigos em amigos, a ser e a viver em comunhão com toda a criatura. «Quem não ama permanece na morte» (1Jo 3, 14) e não «na casa» que é Cristo. A nossa fé manifesta-se no amor por Deus e pelos irmãos. Se o amor não gera alegria não vem de Deus, fecha-se em si mesmo e não cria reciprocidade e fraternidade. Se como cristãos deixamos morrer o fogo do amor que Deus acendeu em nossos corações, o mundo morrerá de frio! Então será bom questionarmo-nos: O que entendi do mandamento do amor? Como o vivo?


Padre Amaro Jorge scj

Para Meditar



Ensina-lhes a Pescar

Um Mestre de sabedoria passeava por uma floresta com seu fiel discípulo quando avistou ao longe um sítio de aparência pobre e resolveu fazer uma breve visita...

Durante o percurso falou ao aprendiz sobre a importância das visitas e as oportunidades de aprender que temos, também com as pessoas que mal conhecemos.

Chegando, constatou a pobreza do lugar, caminho em terra, casa de madeira, os moradores, um casal e três filhos, vestidos com roupas rasgadas e sujas.

Então aproximou-se do homem, aparentemente o pai daquela família, e perguntou:

"Neste lugar não há sinais de comércio e de trabalho. Como é que o senhor e sua família sobrevivem aqui?"

E o homem calmamente respondeu:

"Meu amigo, nós temos uma vaquinha que nos dá vários litros de leite todos os dias. Uma parte desse produto nós vendemos ou trocamos na cidade vizinha por outros géneros alimentícios e com a outra parte nós produzimos queijo, manteiga, etc., para o nosso consumo e assim vamos sobrevivendo."

O sábio agradeceu a informação, contemplou o lugar por uns momentos, depois despediu-se e foi embora.

Mais á gfrente no caminho, voltou-se para o seu fiel discípulo e ordenou:

"Aprendiz, pegua na vaquinha, leva-a ao precipício ali na frente empurra-a, lá para baixo."

O jovem arregalou os olhos espantado e lembrou ao mestre o facto da vaquinha ser o único meio de sobrevivência daquela família, mas, como percebeu o silêncio absoluto do seu mestre, foi cumprir a ordem. Assim empurrou a vaquinha ribanceira abaixo e viu-a morrer.

Aquela cena ficou marcada na memória daquele jovem durante alguns anos e, um belo dia, ele resolveu largar tudo o que havia aprendido e voltar naquele mesmo lugar e contar tudo àquela família, pedir perdão e ajudá-los.

Assim fez, e quando se aproximava do local avistou um sítio muito bonito, com árvores floridas, todo murado, com carro na garagem e algumas crianças brincando no jardim. Ficou triste e desesperado imaginando que aquela humilde família tivera que vender o terreno para sobreviver. Alargou o passo e, chegando lá, logo foi recebido por um caseiro muito simpático, e perguntou sobre a família que ali morava ha uns quatro anos, e o caseiro respondeu:

"Continuam a morar aqui..."

Espantado ele entrou correndo , e já na casa e viu que era mesmo a família que visitara antes com o mestre. Elogiou o local e perguntou ao homem (o dono da vaquinha):

"Como é que o senhor melhorou este sítio e está tão bem na vida?"

E o homem, entusiasmado, respondeu:

"Nós tínhamos uma vaquinha que caiu no precipício e morreu. Daí em diante tivemos que fazer outras coisas e desenvolver habilidades que nem sabíamos que tínhamos.

A ssim alcançamos o sucesso que seus olhos vislumbram
Será que nós estamos acomodados?