12 janeiro, 2008

A PALAVRA

Jesus precisava de receber o Baptismo ?
É claro que não. João até nem queria baptizar Jesus.
- Que sentido faz então Jesus apresentar-se a João para receber este "baptismo" de purificação, de arrependimento e de perdão dos pecados?
- Jesus é SOLIDÁRIO com o Homem limitado e pecador.
Coloca-se ao lado dos pecadores para percorrer com eles o caminho que conduz à liberdade.
- Jesus é o
"FILHO AMADO" enviado pelo Pai ao mundo para cumprir um projeto de libertação em favor dos homens.
- Jesus é o NOVO LIBERTADOR:
O batismo de Jesus no Jordão recorda a passagem do Mar Vermelho e estabelece um novo paralelo entre Jesus e Moisés…
Jesus é o novo Moisés, revestido do Espírito de Deus, para conduzir o seu Povo da terra da escravidão para a terra da liberdade.
- Jesus é o MESSIAS ESPERADO:
João reconhece ser apenas o precursor do Messias esperado.
Para aprofundar a Identidade e a Missão de Jesus, S. Mateus recorre a três elementos simbólicos muito expressivos:
Os céus abertos, o Espírito que desce em forma de pomba e a Voz do céu:
- "Os céus abriram-se ...": Deus encerrou o seu silêncio...
abriu seu coração e voltou a ser amigo dos homens:
É o momento da reconciliação entre o céu e a terra, entre Deus e os homens...
- "O Espírito Santo desceu sob a forma de Pomba":
Relembra o Espírito de Deus que na Criação pairava sobre as águas...
Lembra também o Dilúvio... quando o céu estava fechado, e a pomba com o ramo de oliveira
foi o sinal de que a paz havia sido restabelecida...
- "Ouviu-se uma voz do céu...":
Há 300 anos que o povo não ouvia a voz de Deus pelos profetas...
Ao enviar o Espírito sobre Jesus, Deus quer mostrar que voltou a falar com os homens...
Jesus é confirmado pelo Espírito Santo e pelo Pai.
O BATISMO é o começo
de uma caminhada como seguidores de Cristo e compromete-nos a servir Deus com fidelidade, como membros vivos e actuantes no Povo de Deus.
O episódio do baptismo de Jesus coloca-nos frente a frente com um Deus que aceitou identificar-Se com o homem, partilhar a sua humanidade e fragilidade, a fim de oferecer ao homem um caminho de liberdade e de vida plena. Eu, filho deste Deus, aceito ir ao encontro dos meus irmãos mais desfavorecidos e estender-lhes a mão? Partilho a sorte dos pobres, dos sofredores, dos injustiçados, sofro na alma as suas dores, aceito identificar-me com eles e participar dos seus sofrimentos, a fim de melhor os ajudar a conquistar a liberdade e a vida plena?
Não tenho medo de me sujar ao lado dos pecadores, dos marginalizados, se isso contribuir para os promover e para lhes dar mais dignidade e mais esperança?

Padre Amaro Jorge scj