21 dezembro, 2007

Missa do Galo ( Curiosidades )

O Natal significa o nascimento de Cristo, que se revive numa celebração próxima da meia noite, pela convicção de que o nascimento terá ocorrido por essa hora. Por tradição associa-se a época natalícia à família, pois o nascimento de uma criança é sempre motivo de reunião e celebração.

A missa do galo foi introduzida nas celebrações do Natal pelos católicos no ano 400, séc. V. A escolha do dia 25 prende-se com uma convenção da Igreja, uma vez que não é possível determinar a data precisa do nascimento de Cristo. O dia 25 era considerado pelos pagãos como o dia do Sol (coincide com o solstício de Inverno). Para os católicos Deus é a luz do mundo, daí a associação a este dia.

O Natal é a única celebração do calendário litúrgico que contempla três eucaristias: a da noite, a da aurora e a do dia. Destas três celebrações, a da noite (do galo) é a que reúne os aspectos históricos e humanos do nascimento de Cristo. Segundo São Gregório Magno a missa da noite comemora o nascimento temporal de Jesus; a da aurora ou do galo, celebra o nascimento de Jesus no coração dos fiéis; a missa do dia ou da festa, evoca o nascimento do Verbo no seio do Pai, ou segundo o Cónego António Neiva, professor de liturgia, “a última vinda de Jesus”. Celebrada à meia-noite, a missa do galo, «in galli cantu», passou a ser a primeira da sequência litúrgica.

A forma de celebração não é estática. “Também porque a liturgia é dinâmica, está em evolução contínua”. Assim a forma a forma de o Natal ser celebrado: cânticos, homilia, os gestos vão mudando. “Com o andar do tempo a linguagem fica desactualizada e é necessário renovamento”, manifesta o Professor de liturgia.

A expressão “Missa do Galo” é específica dos países latinos e deriva da lenda ancestral que aponta ter sido na noite de Natal a primeira vez que um galo cantou. Outra lenda afirma que o galo foi o primeiro animal a presenciar o nascimento de Jesus, ficando encarregado de anunciá-lo ao mundo. U ma outra lenda, de origem espanhola, conta que antes de baterem as 12 badaladas da meia noite de 24 de Dezembro, cada lavrador da província de Toledo, em Espanha, matava um galo, em memória daquele que cantou três vezes quando Pedro negou Jesus, por ocasião da sua morte. A ave era depois levada para a Igreja a fim de ser oferecida aos pobres, que viam assim, o seu Natal melhorado. Era costume em algumas aldeias espanholas e portuguesas, levar o galo para a Igreja para este cantar durante a missa, significando isto um prenúncio de boas colheitas.


( Participação enviada por Paula Rocha do Centro de Catequese de Medancelhe )