18 janeiro, 2010

Reflectindo

ALGUMAS SUGESTÕES PRÁTICAS
PARA O 2º DOMINGO DO TEMPO COMUM (adaptadas de “Signes d’aujourd’hui”)
A PALAVRA MEDITADA AO LONGO DA SEMANA.
Ao longo dos dias da semana anterior ao 2º Domingo do Tempo Comum, procurar meditar a Palavra de Deus deste domingo. Meditá-la pessoalmente, uma leitura em cada dia, por exemplo… Escolher um dia da semana para a meditação comunitária da Palavra: num grupo da paróquia, num grupo de padres, num grupo de movimentos eclesiais, numa comunidade religiosa… Aproveitar, sobretudo, a semana para viver em pleno a Palavra de Deus.
A PALAVRA INICIAL DE ABERTURA E A ATENÇÃO À PALAVRA.
Depois da saudação inicial, o sacerdote pode exprimir, através de uma breve admonição, um aspecto particular da celebração do dia. Procure estar atento à assembleia concreta. Pode apoiar-se no cântico que for cantado no início. Tente dirigir-se de maneira directa e concreta aos homens e mulheres que o escutam e olham para ele. Depois do Amen da Oração de Colecta, faça-se um breve momento de verdadeiro silêncio. O presidente dirija o seu olhar para o lugar da proclamação da Palavra, “levando” a assembleia a olhar também para o pólo de atenção que é o lugar da Palavra.
ORAÇÃO NA LECTIO DIVINA.
Na meditação da Palavra de Deus (lectio divina), pode-se prolongar o acolhimento das leituras com a oração.
No final da primeira leitura:
“Deus, que Te revelas como esposo do teu povo e chegas mesmo a considerar a tua Igreja como tua esposa, nós Te damos graças e Te bendizemos pelos gestos de atenção e pela ternura imensa que nos manifestas. Nós Te pedimos por todos os esposos e por todos os matrimónios, mas sobretudo pelos esposos cristãos, que chamaste a ser sinais do teu amor e da tua fidelidade”.
No final da segunda leitura:
“Deus só e único, Deus de todos os cristãos, que ages em nós, nós Te damos graças pelo teu Espírito Santo, que nos comunicas sem cessar na liturgia e na proclamação da tua Palavra.
Nós Te pedimos pela reconciliação das Igrejas e pela unidade no interior de cada comunidade cristã. Que os teus filhos saibam discernir em qualquer circunstância o que vem do teu único Espírito”.
No final do Evangelho:
“Jesus, nosso Mestre, nós Te damos graças pelo sinal que realizaste em Caná, manifestando as bodas de Deus com o seu povo. Nós Te bendizemos pelo sinal do vinho e o cálice da nova Aliança.
Nós Te pedimos por todas as pessoas à nossa volta que estão privadas da alegria que Tu nos revelas com a tua presença e com o dom do teu Espírito de festa”.
BILHETE DE EVANGELHO.
Passam-se coisas nesta sala da boda. Maria, com a sua intuição feminina, percebe o embaraço do mestre do banquete: vai faltar vinho. Di-lo a Jesus. Procurava ela informá-l’O apenas? Pensava ela que Ele podia fazer qualquer coisa? Jesus pede a sua mãe para renovar o seu acto de fé. Como há trinta anos, ela pede aos serventes o que o anjo lhe havia pedido: “fazei o que Ele vos disser! Tende confiança n’Ele!” E eis que as talhas destinadas às abluções rituais da religião judaica vão servir para manifestar a plenitude do dom de Deus e a nova relação dos homens com Deus. É
proposto um novo rito, vai ser selada uma nova Aliança. Uma Aliança que selará para sempre a relação de Deus com a humanidade.
À ESCUTA DA PALAVRA.
Para São João, os “milagres” são sempre “sinais” que nos reenviam para além da materialidade dos factos. Será bom olhar com mais atenção esta água mudada em vinho. A água é um elemento vital. Mas é, antes de mais, um elemento ordinário e bruto. A água encontra-se na natureza, não precisa de ser fabricada. O vinho é fruto da vinha, mas também do trabalho do homem, como dizemos na Eucaristia. Jesus manda encher as talhas de água, a água que é símbolo da nossa vida ordinária, de todos os dias. Jesus toma esta água ordinária para a transformar. Não com uma varinha mágica, mas com a força do Espírito Santo, com a força do amor. É porque este vinho é melhor que o vinho dos homens… Por este “sinal”, Jesus quer vir ter connosco na nossa vida ordinária, para aí colocar a sua presença de amor, o amor do Pai, o Espírito Santo. Toma a nossa vida, com as nossas alegrias, os nossos amores, as nossas conquistas humanas, importantes mas tantas vezes efémeras, com os nossos tédios, os nossos dias sem gosto e sem cor, os nossos fracassos e mesmo os
nossos pecados, também eles ordinários. E aí, Ele “trabalha-nos” pelo seu amor, no segredo, para fazer brotar em nós a vida que tem o sabor do vinho do Reino. Isto, Ele cumpre-o em particular cada vez que participamos na Eucaristia. Façamos do “tempo ordinário” o tempo do acolhimento do trabalho em nós do Vinhateiro divino!
(In Página dos Dehonianos )