05 setembro, 2009

Reflectindo


ALGUMAS SUGESTÕES PRÁTICAS
PARA O 23º DOMINGO DO TEMPO COMUM
(adaptadas de “Signes d’aujourd’hui”)


1. A PALAVRA MEDITADA AO LONGO DA SEMANA.
Ao longo dos dias da semana anterior ao 23º Domingo do Tempo Comum, procurar
meditar a Palavra de Deus deste domingo. Meditá-la pessoalmente, uma leitura em
cada dia, por exemplo… Escolher um dia da semana para a meditação comunitária da
Palavra: num grupo da paróquia, num grupo de padres, num grupo de movimentos
eclesiais, numa comunidade religiosa… Aproveitar, sobretudo, a semana para viver
em pleno a Palavra de Deus.
2. BILHETE DE EVANGELHO.
Marcos é um verdadeiro encenador. Ele faz a decoração em pleno território de
Decápole, habitado pelos pagãos. Coloca em primeiro plano da cena duas
personagens: Jesus e o surdo-mudo, enquanto a multidão fica em segundo plano. O
actor principal, Jesus, só pronuncia uma palavra: “Effata!” (Abre-te) e faz três gestos:
mete o dedo nos ouvidos do doente, toca-lhe a língua com a sua própria saliva e
levanta os olhos para o céu. A segunda personagem deixa-se levar, pois põe-se a
falar correctamente. Jesus vira-se para a multidão, pedindo-lhe para não dizer nada do
que se tinha passado. A cena termina com um coro unânime: “Tudo o que faz é
admirável: faz que os surdos oiçam e que os mudos falem”. E nós, onde nos vamos
situar? Nós somos este surdo-mudo doente, recusando por vezes escutar a Palavra
de Deus e não ousando anunciá-la. Então, Jesus dirige-Se a nós, faz-nos sinal, pedenos
para nos abrirmos nós mesmos, como tinha pedido ao paralítico para se levantar.
Cada Eucaristia é uma passagem de Cristo ressuscitado: deixemo-nos tocar por Ele
para nos abrirmos…
3. À ESCUTA DA PALAVRA.
“Effata!” “Abre-te!” Esta palavra tão simples é na realidade muito perigosa. Como diz o
dicionário, abrir é fazer com que o que está fechado não o fique mais. Óbvio, mas
cheio de consequências! Os Judeus de Jerusalém tinham consciência de serem o
Povo eleito por Deus, posto aparte pelos outros povos. Nem pensar misturar-se aos
outros povos, aos pagãos, aos estrangeiros! E eis que Jesus faz o contrário. Sai das
fronteiras de Israel, vai junto dos pagãos, fazendo mesmo milagres em seu favor. É o
mundo ao contrário! Ele não teme mesmo ter contacto físico com este surdo-mudo,
impuro aos olhos dos Judeus fiéis. Antes de abrir os ouvidos do infeliz, é Jesus que Se
abre aos estrangeiros, tornando-Se um impuro aos olhos dos Judeus. Evidentemente,
é muito arriscado, ainda hoje, abrir a sua porta, mas primeiro o seu coração aos
estrangeiros. Porque é preciso olhá-los ultrapassando os preconceitos, aceitando
outras maneiras de pensar e de viver. Aquele que segue Jesus não pode esquivar-se
à interrogação: E eu, onde estou quanto à minha abertura de coração? Jesus quer
sempre vir até mim, tocar os meus ouvidos para que eu ouça melhor o grito dos meus
irmãos em angústia, tocar os meus olhos para que procure encontrar o olhar de Deus
sobre os outros. A um visitante que lhe perguntava para que servia um concílio, João
XXIII respondeu: “ o concílio é a janela aberta. Ou ainda, é tirar a poeira e varrer a
casa, e pôr flores e abrir a porta dizendo a todos: Vinde e vede, aqui é a casa do bom
Deus!” Na manhã de Páscoa, já houve uma abertura, quando a pedra que fechava o
túmulo de Jesus foi retirada. E antes ainda, tinha havido já uma abertura, quando o
soldado romano tinha aberto o lado de Jesus com um golpe de lança. Estas duas
aberturas nunca foram fechadas. Participando em cada Eucaristia, vimos beber a água
e o sangue que brotam para que o grito de Jesus seja eficaz também em nós: “Effata!”
“Abre-te!”
( In página dos Dehonianos )