02 agosto, 2008

Reflexão

Jesus convida-nos hoje a repartir o pão da palavra e o pão do alimento diário,A Primeira Leitura, retirada do profeta Isaías 55,1-3, traz o convite do Senhor Deus para o banquete messiânico, oferecido aos que não têm dinheiro para comprar. Essa Leitura faz-nos, ainda, entender melhor o sentido da Multiplicação dos Pães. O Divino Mestre reparte o pão entre os seus. Essa é uma missão fundamental da Santa Igreja Católica, e como é lógico de todos os católicos. Naquele tempo, a maioria do povo comia pão de cevada. O pão de trigo era luxo. Ao escolher o pão como matéria do sacramental central do Novo Testamento, Jesus escolheu o alimento mais comum entre o povo. Mas também o alimento mais rico de significados sociais e espirituais. “Comer o pão com alguém” significava fazer com ele uma aliança. Daí a exclamação de um convidado a um banquete, numa parábola de Jesus: “Feliz aquele que come o pão no Reino de Deus”, isto é, feliz aquele que participa da aliança com Deus, da amizade, da intimidade de Deus!Antes da última Ceia, Jesus dissera o “pão descido do céu”, o “pão da vida” e ensinara seus Apóstolos a pedir o pão a Deus, isto é, pedir-lhe o sustento do corpo e do espírito.Ao meditarmos a Multiplicação dos Pães podemos concluí-lo, também, como uma prefiguração da Santa Eucaristia. Foi um milagre estupendo multiplicar cinco pães e dois peixes de tal forma que fossem alimentados mais de cinco mil homens, sem contar mulheres e crianças, narra-nos o Evangelista. Jesus o fez por misericórdia; teve pena daquele povo que viera de longe para ouvi-lo.A instituição da Sagrada Eucaristia também foi por misericórdia. “Eis que estarei convosco todos os dias, até a consumação dos tempos”. Sim, alimentando todos que o seguem, que o ouvem, presente no Sacramento do Altar, no Sacramento de Amor, renovando sua imolação para resgatar-nos dos grilhões do pecado. Na Segunda Leitura de hoje, a exposição sobre a salvação pela graça de Deus e a fé em Jesus Cristo é evidenciada e compreendemos bem essa manifestação ao Santo Bispo de Hipona. Paulo, o apóstolo das gentes, termina sua exposição com uma efusiva proclamação de fé e confiança na obra de Deus em Jesus Cristo. “Se Deus é connosco quem será contra nós? Quem nos condenará? Quem nos separará do amor de Cristo?”A liturgia de hoje convida-nos a ler no sinal do pão uma revelação da compaixão, do terno amor de Deus para connosco, que se revelou piedosamente no dom de seu Filho, do qual o pão também se tornou o sinal sacramental.Na sua contemplação, São Ruperto diz-nos que, desta forma, pela Eucaristia, “nós nos tornamos pela graça o que Jesus é pela natureza, isto é, santos e agradáveis a Deus”. Procuremos então, a nossa santificação por meio da prática dos sacramentos, principalmente participando com frequência, devidamente preparados, da Sagrada Comunhão. Desta forma, além de nos unirmos intimamente com Jesus, seremos também como frascos de perfume de onde vai saindo o cheiro agradável das virtudes, com nossa conduta, em nossa convivência familiar, na comunidade, no trabalho, como verdadeiros cristãos. Assim, estaremos partilhando o Pão da Palavra, orientados e alimentados pelos Evangelhos, indicando o caminho do Pão Eucarístico a tantos que se encontram desnorteados neste mundo de tantas opções, de muitos atractivos, de inúmeras seduções..