23 fevereiro, 2008

Histórias Para Meditar

A GALINHA VERMELHA

Era uma vez uma galinha vermelha. Vivia numa linda fazenda e comia daquilo que ali crescia. Um dia, a galinha encontrou um grão de trigo. Pensou em plantá-lo para fazer crescer mais trigo para si.
“Quem vai me ajudar a plantar este grão de trigo?”, perguntou a galinha vermelha.
“Eu não”, disse a patinha, “mas posso vender-te uma planta de café. Vais ganhar muito dinheiro se plantares café em vez de trigo!”
“Eu também não”, disse o porco, “mas vou comprar o café que cultivares e venderes.”
“Eu não”, disse o rato, “mas posso emprestar-te o dinheiro para começar esse trabalho.”
E foi assim que a galinha vermelha semeou café em vez de trigo na fazenda. “Quem me ajudará a fazer crescer o café?”, perguntou a galinha vermelha.
“Eu não”, disse a patinha, “mas posso vender-te adubo para fazer crescer melhor o café.”
“Eu não”, disse o porco, “mas posso vender-te o pesticida para preservá-lo das pragas.”
“Eu não”, disse o rato, “mas posso emprestar-te o dinheiro pata comprar o adubo e o pesticida que te faltam.”
A galinha vermelha trabalhou muito tempo. Espalhou também o adubo e borrifou o pesticida nas plantas de café. Mesmo sabendo que plantar café ficava mais caro do que plantar trigo, a galinha continuava a pensar no dinheiro que ganharia.
Chegou finalmente o tempo da colheita.
“Quem me ajudará a vender o café?”, perguntou a galinha vermelha.
“Eu não”, disse a patinha, “mas vais precisar da minha fábrica para tostá-lo e colocá-lo na embalagem.”
“Eu não”, disse o porco, “porque agora todo o mundo está cultivando café e os preços são muito baixos.”
“Eu não”, disse o rato, “mas deves devolver-me o dinheiro que te emprestei.”
Assim a galinha vermelha compreendeu ter cometido um grande erro ao cultivar café ao invés do trigo, pois tinha contraído muitas dívidas e nada tinha para comer.
“Quem me dá um pratinho de comida?”, pediu a galinha vermelha.
“Eu não”, disse a patinha, “ não tens dinheiro para pagar.”
“Eu não”, disse o porco, “não há nada para comer desde que todos resolveram plantar café.” “Eu não”, disse o rato, “mas posso ficar com tua terra em troco do dinheiro que me deves e... talvez te deixarei trabalhar para mim.”