13 junho, 2010




ALGUMAS SUGESTÕES PRÁTICAS
PARA O 11º DOMINGO DO TEMPO COMUM
(em parte adaptadas de “Signes d’aujourd’hui”)
1. A PALAVRA MEDITADA AO LONGO DA SEMANA.



Ao longo dos dias da semana anterior ao 11º Domingo do Tempo Comum, procurar meditar a Palavra de Deus deste domingo. Meditá-la pessoalmente, uma leitura em cada dia, por exemplo… Escolher um dia da semana para a meditação comunitária da Palavra: num grupo da paróquia, num grupo de padres, num grupo de movimentos eclesiais, numa comunidade religiosa… Aproveitar, sobretudo, a semana para viver em pleno a Palavra de Deus.
2. ABERTURA DA CELEBRAÇÃO.
A força dos textos deste domingo merece que nos preparemos desde o início da celebração para bem os acolher. Podemos realçar a palavra do salmo, mesmo antes do início do cântico de entrada: “perdoai, Senhor, minha culpa e meu pecado”. A fim de nos colocarmos em atitude de ser perdoados, um tempo de silêncio permitirá tomar consciência disso antes de serem proclamadas as primeiras palavras da saudação inicial: “a graça de Nosso Senhor…” O rito penitencial pode ser introduzido pelas «palavras do salmo: “Feliz o homem a quem o Senhor não acusa de iniquidade e em cujo espírito não há engano”.
3. BILHETE DE EVANGELHO.
O fariseu que recebe Jesus à mesa pára o seu olhar sobre o que se vê: uma pecadora introduziu-se na sua casa; para ele, ela não é senão uma pecadora. Quanto a Jesus, lança o seu olhar sobre a mulher procurando ver, através do seu comportamento, tudo o que se passa no seu coração: se ela chora, é porque é infeliz e lamenta o seu passado; se ela molha com as suas lágrimas e limpa com os seus cabelos os pés de Jesus, se ela os beija e sobre eles derrama perfume precioso, é para manifestar o seu grande amor. Não é preciso mais nada para Jesus: Ele perdoa, não porque ela pecou muito, mas porque amou muito, mesmo se ela amou mal; sobretudo, é a sua fé que a salva. Ela faz a experiência do Amor louco de Deus que perdoa, experiência que o fariseu ainda não fez. Porque o fariseu e os convidados se ficam pelas aparências, encerram a mulher no passado. Porque Jesus olha para além das aparências, abre-se à mulher um futuro diferente, e ela parte em paz.
4. À ESCUTA DA PALAVRA.
Espantoso encontro na casa de Simão! O fariseu queria, sem dúvida, ver de mais perto este jovem rabino que dizia vir da parte de Deus. Falava bem, irradiava bondade. Porém… Tudo se desmorona! Eis que Jesus Se presta a uma cena no mínimo chocante, mesmo escabrosa. Esta mulher que se aproxima d’Ele é conhecida por ser da má vida, uma pecadora. Os seus gestos, ambíguos, dizem o que ela é. Mas o escândalo vem, sobretudo, da falta de reacção de Jesus. Simão pensava ter convidado um homem de Deus. E eis que está diante dele um homem como todos os outros, talvez mesmo um futuro “cliente” da mulher. Se ao menos Jesus tivesse retirado os seus pés, se tivesse protestado, colocado a mulher no seu devido lugar! Mas não! Segundo a Lei, deixar-se tocar por uma mulher impura tornava-o cúmplice do seu pecado. O paradoxo é grande! Cremos que Jesus é o Filho de Deus feito homem, totalmente santo, sem qualquer pecado. Também para nós, a cena é incompreensível: de um lado, a pureza, a presença mesmo do Deus três vezes santo, o fogo ardente do seu amor; do outro, a impureza, o pecado, a água suja das nossas misérias. Como vai terminar este encontro? Jesus vai cumprir uma divina alquimia. Jesus dá a esta mulher um amor que transfigura os seus gestos ambíguos. Faz deste encontro uma ocasião para manifestar a maneira de agir de Deus para com os pecadores. Jesus não aprova o seu pecado. Mas acolhe esta mulher tal como ela é. Aceita o que ela é capaz de Lhe dar. Se Ele a tivesse afastado, tê-la-ia encerrado no
seu pecado. Deixando-a fazer, quer fazer-lhe compreender que não quer tomá-la para Si, como os outros homens que ela encontrava. Dá-lhe um amor que ela nunca tinha recebido, um amor gratuito, para a fazer nascer ela própria. Ele transforma a água suja dos seus pecados em fonte purificadora, transfigurada pelo fogo do amor divino. Porque a pecadora recebeu um perdão infinito e gratuito, pôde, por sua vez, mostrar um grande amor, e nascer para a vida. É isso que Jesus nos convida a viver quando vamos até Ele!



( In página dos Dehonianos)