01 dezembro, 2009

Reflectindo

ALGUMAS SUGESTÕES PRÁTICAS PARA O 1º DOMINGO DO ADVENTO
(adaptadas de “Signes d’aujourd’hui”)

. BILHETE DE EVANGELHO.
O sofrimento, as preocupações, o medo do futuro por vezes esmagam-nos e
acabamos por baixar os braços. “Erguei-vos!”, diz-nos Jesus. Só podem esperar os
que se mantêm de pé, prontos a pôr-se a caminho para construir com Deus um futuro
melhor. O medo faz baixar a cabeça; vive-se então no momento presente, com medo
dos golpes que será necessário ainda suportar. “Levantai a cabeça!”, diz-nos Jesus.
Só podem esperar aqueles que olham no horizonte Aquele que vem para nos salvar. A
fadiga acaba por adormecer, sem dúvida porque não se espera mais nada e não se
quer mais lutar. “Tende cuidado convosco e vigiai!”, diz-nos Jesus. Só podem esperar
aqueles que permanecem atentos aos sinais que Deus não cessa de manifestar. A
falta de confiança destrói a relação, sem se saber do que falar. “Orai em todo o
tempo”, diz-nos Jesus. Só podem esperar aqueles que entram em diálogo com Deus.
A esperança nunca é passiva. Para esperar é preciso erguer-se, levantar a cabeça,
estar atento e vigiar, orar: tais são os verbos activos que manifestam o que faz a
grandeza do homem.
. À ESCUTA DA PALAVRA.
Leitura do Livro de Jremias: “Dias virão, em que cumprirei a promessa que fiz à casa
de Israel e à casa de Judá”. Palavra do Senhor. Leitura do Evangelho: “Haverá sinais
no sol, na lua e nas estrelas e, na terra, angústia entre as nações, aterradas com o
rugido e a agitação do mar. Os homens morrerão de pavor, na expectativa do que vai
suceder ao universo”. Palavra do Senhor. Na mesma celebração, proclama-se como
Palavra do Senhor duas afirmações tão afastadas uma da outra! Como resolver esta
contradição? Primeiro, sendo realistas. O universo conhece transformações
constantes, tremores de terra, erupções vulcânicas, tsunamis, meteoritos… A sol e as
estrelas, um dia, apagar-se-ão. No fundo, Jesus, com os conhecimentos e a
mentalidade da sua época, chama a nossa atenção para essa realidade: o nosso
mundo, um dia, acabará. Não somente o “nosso” mundo, mas primeiro o “meu” próprio
mundo, no dia da minha morte. Jesus convida-nos a não esquecer o fim de todas as
coisas. Diz-nos: “Vigiai”. Vigiai para que não vos instaleis neste tempo como se ele
fosse durar sempre! Mas aí, no coração da nossa condição mortal, Deus diz-nos uma
palavra que não passará. Esta Palavra é o próprio Jesus. Começamos hoje um novo
ciclo litúrgico. Mas não é um ciclo fechado sobre si mesmo. Cada ano que passa
aproxima-nos do nosso fim terrestre, mas é-nos dado também como o tempo durante
o qual Jesus vem visitar-nos, dar-nos a sua presença de Ressuscitado. Segundo a
bela palavra de Jeremias, oferece-nos a nós como “um rebento de justiça”, como a
“promessa de felicidade” que se realizará em plenitude no fim dos tempos. Desde
agora, está em acção no segredo dos corações, como o poder da vida que,
secretamente, constrói um novo ser no seio materno. “Vigiai e orai em todo o tempo”,
a fim de estardes de pé no Dia da sua Vinda na plenitude da Luz.

( In página dos Dheonianos )