17 agosto, 2009

Reflectindo

1. A LITURGIA MEDITADA AO LONGO DA SEMANA.
Ao longo dos dias da semana anterior ao 20º Domingo do Tempo Comum, procurar
meditar a Palavra de Deus deste domingo. Meditá-la pessoalmente, uma leitura em
cada dia, por exemplo… Escolher um dia da semana para a meditação comunitária da
Palavra: num grupo da paróquia, num grupo de padres, num grupo de movimentos
eclesiais, numa comunidade religiosa… Aproveitar, sobretudo, a semana para viver
em pleno a Palavra de Deus.
2. BILHETE DE EVANGELHO.
O conviva é aquele que “vive com” o tempo de uma refeição. Jesus faz continuamente
referência à relação que O une a seu Pai; eles vivem a convivência, Eu vivo pelo Pai”,
diz Jesus. Mas acrescenta: “também aquele que Me come viverá por Mim”. Em cada
Eucaristia, não estamos ao lado de Cristo ressuscitado, Ele vem morar em nós para
viver em nós. Temos de dizer, como São Paulo: “Não sou eu que vivo, é Cristo que
vive em mim”. É isso a comunhão, esta união total. É o momento de dizer: “Este
mistério é grande!” É grande, porque nunca acabaremos de nos maravilharmos e de
dar graças. Hoje, se Cristo vem habitar em nós, é para que nós habitemos n’Ele.
Vivamos as nossas Eucaristias verdadeiramente como um tempo de convivência.
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3. À ESCUTA DA PALAVRA.
Jesus é insistente: não pára de repetir que os seus discípulos devem comer a sua
carne e beber o seu sangue! Ainda hoje, tal linguagem é chocante, inaceitável para a
nossa razão e para a nossa sensibilidade. Sabemos, é certo, que São João escreve
depois da Ressurreição e que as palavras de Jesus só se podem aceitar e
compreender a essa luz. Uma das palavras-chave do discurso de Jesus é “morar”:
aqui e em tantas passagens do Evangelho… Morar com alguém é entrar na sua
intimidade, para ficar juntos. É isso que Deus quer: “estar com” com os homens,
“Emanuel”, para que nós estejamos também com Ele. Não podemos aceder ao sentido
profundo das palavras de Jesus sobre a sua carne a comer e o seu sangue a beber se
não nos colocarmos no registo do amor que exige a presença, o “estar com” dos dois
seres que se amam. No amor, é tudo ou nada. O seu amor por nós é tal que Ele quer
dar-Se na totalidade do seu ser e quer que esse dom dure sempre. Esta experiência já
acontece humanamente: num momento de intensa comunhão com o ser amado,
desejamos ardentemente que isso dure sempre. Ao escolher o meio do banquete
eucarístico para colocar em nós a sua presença de Ressuscitado, Jesus quer enraizar-
Se em nós e alimentar o gérmen da Vida eterna que será doravante a sua. Eis porque
Ele pode afirmar: “quem comer deste pão viverá eternamente”. Participar na
Eucaristia, comungar do corpo e do sangue de Jesus ressuscitado, é oferecer-Lhe o
nosso “espaço humano” muito concreto, toda a nossa pessoa para que Ele venha
habitar em nós. Então podemos, desde agora, ser um com Ele: “já não sou Eu que
vivo, é Cristo que vive em mim!”.
( In página dos Dheonianos )