03 abril, 2009

Para Meditar


O peso da cruz
Um homem – cheio de fé cristã – fez um pedido e prometeu que carregaria uma cruz sobre os seus ombros, até a cidade mais próxima, afim de obter a graça. O nosso Amigo comprou madeira, fez a sua cruz e iniciou a jornada. Quando ia a meio do caminho, quase já sem forças e com os ombros ensanguentados, parou num vilarejo e viu uma pequena carpintaria que anunciava fabricar cruzes. Entrou e perguntou ao proprietário:- O senhor faz trocas?O fabricante, quase sem pensar, respondeu-lhe que não era habitual mas, dependendo das circunstâncias, poderiam fazer trocas.O nosso cristão disse:- É que eu já não consigo aguentar o peso da minha cruz e, se não se importa, gostaria de experimentar algumas das suas...O fabricante concordou e o nosso Amigo começou a deambular pela fábrica experimentando cruzes e mais cruzes… umas eram mais pesadas, outras eram muito grandes e vistosas, outras ainda eram muito pequenas e outras havia que apesar de serem leves, não encaixavam perfeitamente nos ombros….Passado um bom par de horas o homem gritou:- Achei finalmente! Encontrei a cruz ideal! Quanto lhe devo meu bom amigo?O fabricante, que tinha acompanhado toda a procura do cristão, responde-lhe com voz suave e com um pequeno sorriso:- Você não me deve nada meu amigo... O cristão interrompe-o e diz-lhe, ainda eufórico:- Ora essa? Eu não estou a entender, porque o senhor teve trabalho e eu tenho que remunerá-lo por isso!O fabricante, ainda com o sorriso no rosto, diz:- Amigo, cada um tem a cruz que deve carregar e Deus sabe bem o peso que cada uma delas deve ter. Quando você começou a experimentar cruzes, deixou de lado a sua e, no meio da confusão e da procura na minha fábrica, você acabou por optar por esta cruz que, simplesmente, é a cruz que você trazia apoiada nos seus ombros quando aqui chegou...
Caríssimos Amigos...Às vezes também acontece o mesmo connosco e nem precisamos fazer promessas. Há pessoas que se queixam da (cruz da) vida e vão fazendo incessantes buscas na ansia de encontrarem outras cruzes mais ajustadas, experimentando até outras mais leves, mais pequenas ou mais belas, às quais nunca se irão adaptar. Outras vezes essas buscas distraídas não nos deixam ser agradecidos pela ajuda que vamos recebendo dos “cireneus” que estão ao nosso lado e nos ajudam a suportar o peso da nossa cruz ao longo da jornada: o cireneu pai ou mãe, esposa ou marido, o cireneu Amigo... Eu tenho plena certeza de que o “fabricante” nos deixa escolher e até, às vezes, experimentar outras cruzes para no final acabarmos por aceitar com a ajuda dos “cireneus” suportar o peso (muito ou pouco) da nossa cruz – Ele também a aceitou!Antes que a jornada acabe, saibamos agradecer a ajuda que gratuitamente recebemos para suportar a cruz de todos os dias...A todos, uma Santa Páscoa.